Policial critica pedido da Defensoria Pública pela segurança de Lázaro
Sargento alega redundância em documento. Ele argumenta que bem-estar do preso é dever do Estado
Causou um certo mal-estar à polícia um documento da Defensoria Pública (DP) que solicitou tratamento especial ao foragido Lázaro Barbosa, suspeito de ter assassinado quatro membros de uma mesma família em Ceilândia e procurado pela polícia há 15 dias.
“Acredito que houve redundância”, afirma o sargento Eliomar Rodrigues, da PMDF. E argumenta: “Porque quando um criminoso é capturado, ele passa a estar debaixo da tutela do Estado. Então já cabe aos policiais manterem a integridade física dele, como ocorreu no passado, quando Lázaro estava sob a tutela do Estado”, argumenta.
Rodrigues acrescenta que, nas ações policiais, caso o criminoso reaja ou cometa algum tipo de agressão, é direito garantido ao agente público usar a força necessária para reprimir essa ação.
Com 23 anos de PMDF e vários parceiros e amigos trabalhando nas buscas por Lázaro Barbosa, o sargento Eliomar Rodrigues reafirma que o pedido da DP é desnecessário. “Conheço vários policiais que estão trabalhando na captura desse criminoso. Sei das dificuldades que estão passando, de estarem horas e horas a mais de seus turnos. E o pior é ver pessoas julgando, criticando, fazendo memes, parecendo estar do lado do criminoso. E realmente entristece ver alguns órgãos tomarem partido do criminoso, quando deveriam estar do lado da polícia“, salienta.
O sargento Rodrigues explicita ainda que há pessoas que perdem tempo criando factoides, fakes, vídeos, telefonemas, passando informações falsas à polícia. “Isso atrapalha as investigações, porque é necessário fazer a checagem, e quando o policial vai fazer essa checagem ele perde tempo, e isso acaba ajudando o criminoso a fugir”.
Pedido negado
A juiza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP-DF) negou pedido da Defensoria Pública do DF (DPDF) para que Lázaro Barbosa, foragido há 14 dias, tenha ‘proteção da integridade física’ caso volte à prisão.
Para a magistrada, que sequer conheceu o pedido da Defesa para ‘proteção especial à integridade física e mental e proteção contra qualquer forma de sensacionalismo e exposição vexatória’, a decisão seria “deveras inoportuna, pois depende da concretização de fatos futuros e incertos sobre os quais este Juízo não pode decidir”.
Além disso, Cury analisou que, caso Lázaro seja recapturado, nem se sabe ainda se ele voltaria para o Distrito Federal, já que a força-tarefa de segurança prossegue com as buscas em Girassol (GO), distrito de Cocalzinho.