Viagem de Mario Frias a Nova York teve motivo ‘esdrúxulo’, diz Randolfe
Em dezembro, Frias foi a Nova York para uma reunião com o lutador bolsonarista Renzo Gracie
Líder da oposição no Senado, o senador Randolfe Rodrigues acionou nesta segunda (21/2) o Tribunal de Contas da União pedindo investigação das viagens recentes de Mario Frias, secretário especial da Cultura, e de seus assessores para os Estados Unidos. O requerimento pede imediato ressarcimento ao erário do que o senador chama de “gastos indevidos” de dinheiro público.
Em dezembro, Frias foi a Nova York para uma reunião com o lutador bolsonarista Renzo Gracie –a viagem custou R$ 39 mil aos cofres públicos. O secretário viajou acompanhado de seu adjunto, Hélio Ferraz, que gastou outros R$ 39 mil. Na ocasião, a dupla também encontrou produtores responsáveis por turnês de espetáculos da Broadway na Ásia.
Poucas semanas depois da turnê de Frias por Nova York, seu braço direito, André Porciuncula, gastou R$ 20 mil numa viagem de cinco dias a Los Angeles para fazer apenas duas reuniões. O ex-PM hoje controla a Lei Rouanet.
Os gastos podem ter sido triplicados, já que ele embarcou com mais dois assessores da pasta, Gustavo Torres, do Ministério do Turismo, e o secretário do Audiovisual, Felipe Pedri. Frias só não viajou para Los Angeles com a equipe porque recebeu um diagnóstico positivo de Covid-19.
No requerimento, Randolfe chama de “esdrúxulo” o motivo da viagem de Frias para Nova York e diz que a reunião com o lutador poderia ter sido feita virtualmente.
“Sabendo-se que a inflação bateu marca histórica no ano de 2021, que mensagem passam o presidente e seus auxiliares mais diretos à população, que não tem dinheiro sequer para comer, ao possibilitar que autoridades públicas, mesmo sem qualquer justificativa razoável do ponto de vista do melhor interesse público, façam viagens internacionais desnecessárias e com altíssimos custos?”, escreve o senador no documento.
As viagens estão desgastando a imagem de Frias. Sua saída da Cultura é dada como certa nos bastidores do governo. A mais cotada para assumir seu lugar é Larissa Peixoto, atual presidente do Iphan, o órgão do patrimônio.