TSE antecipa inspeção do sistema eleitoral em resposta a ataques de Bolsonaro e seus aliados
O Brasil realiza a cada dois anos a maior eleição do planeta em plataforma informatizada única
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) deu início nesta segunda-feira (4) à abertura dos códigos-fonte usados no sistema eleitoral.
De maneira simplificada, explicaram os técnicos do TSE, o código-fonte é a descrição em linguagem de programação de como um software funciona.
A abertura dos códigos-fonte à sociedade civil, incluindo os partidos políticos, é um procedimento rotineiro da Justiça Eleitoral, feito a seis meses do pleito.
Desta vez, em razão dos ataques às urnas eletrônicas perpetrados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e seus aliados, a corte eleitoral decidiu antecipar a disponibilização dos códigos-fonte.
“Abrir o código-fonte significa colocá-lo à disposição de todos os partidos para examinarem, fiscalizarem e participarem de cada passo do desenvolvimento desses programa”, afirmou o presidente do TSE, ministro Luís Roberto Barroso.
“Como o sistema flui há muito tempo, e felizmente flui bem, muitas pessoas nunca se deram ao trabalho de parar para saber exatamente como é cada etapa, como é transparente e como nós temos preocupações com a auditoria das eleições. Por esta razão, estamos fazendo este movimento pela total transparência.”
Barroso conduziu o evento Ciclo de Transparência Democrática – Eleições de 2022, com a participação dos presidentes dos partidos políticos com representação no Congresso.
Os integrantes da Comissão de Transparência das Eleições, criada pelo TSE, também participaram do evento, incluindo o general Heber Garcia Portella, comandante de Defesa Cibernética do Exército.
Também participam do grupo representantes do TCU (Tribunal de Contas das União), da OAB, do Ministério Público Federal e acadêmicos.
“Nós estamos muito empenhados em prover à sociedade brasileira, como temos feito ao longo dos anos, eleições limpas, seguras e auditáveis”, disse Barroso.
Técnicos do TSE fizeram uma palestra com detalhes técnicos sobre o sistema eleitoral, como preparação dos códigos-fonte, lacração das urnas eletrônicas e realização do teste de integridade, realizado pela Justiça Eleitoral na véspera do pleito.
Serão, segundo os técnicos, 26 oportunidades de fiscalização e auditoria daqui até a conclusão do processo eleitoral do próximo ano.
O Brasil realiza a cada dois anos a maior eleição do planeta em plataforma informatizada única.
As urnas eletrônicas começaram a funcionar em 1996. Foram criadas, de acordo com o tribunal, para reduzir a intervenção humana no processo eleitoral, algo que deixava o sistema mais suscetível a fraudes e erros.
Texto: Marcelo Rocha