TCU questiona militares sobre critérios e objetivo de checagem paralela das urnas

Tribunal de Contas da União pergunta se Ministério da Defesa quer comparar dados com resultado da eleição

O TCU (Tribunal de Contas da União) enviou nesta quarta-feira (21/9) ao Ministério da Defesa uma série de questionamentos a respeito da checagem paralela das urnas que a pasta pretende fazer nas eleições deste ano.

As perguntas enviadas pelo tribunal de contas à Defesa foram feitas por meio de ofício encaminhado pela secretária-geral de Controle Externo da corte, Dione Mary de Cerqueira Barbosa.

No documento, ela pede que a Defesa diga se fará de fato a checagem dos boletins de urna, os critérios que serão usados e qual o objetivo do ministério com a conferência paralela.

O ofício pergunta, por exemplo, se a intenção é comparar o resultado da apuração com o placar da eleição. E, caso sejam achadas divergências entre os dados da checagem com os do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), quais os testes as Forças Armadas farão para conferir as informações.

Como mostrou a Folha, as Forças Armadas pretendem verificar a totalização de votos de 385 urnas no dia 2 de outubro, com o objetivo de checar se eles correspondem aos que serão retransmitidos para o sistema do TSE.

Diante notícia a respeito do plano da Defesa, o TCU também decidiu realizar a apuração, mas com base nos boletins de 4.161 urnas nos 26 estados e no Distrito Federal.

A fiscalização da corte de contas foi estimulada por integrantes do TSE porque ela poderá servir como um contraponto à checagem que a Defesa quer fazer.

Os próprios questionamentos do TCU são interpretados como uma forma de demonstrar às Forças Armadas que há vigilância sobre o procedimento que eles pretendem encampar.

No ofício enviado nesta quarta à Defesa, a Secretaria-Geral de Controle Externo informa que o TCU realiza auditoria sobre o sistema eleitoral brasileiro desde 2021 e que, na fase atual, a corte executará “procedimentos relativos à integridade dos boletins de urnas.”

A secretária-geral escreve que tomou conhecimento pela imprensa sobre a intenção das Forças de coletar 385 boletins de urnas pelo país, como revelou a Folha, e questiona se tal procedimento será de fato realizado.

“Desse modo, considerando a importância de acompanharmos a atuação de agentes chaves que de alguma forma participem do processo eleitoral, necessitamos saber se tal procedimento será executado pelas Forças Armadas e caso a resposta seja positiva, solicitamos as seguintes informações”, diz o ofício, que em seguida elenca uma série de perguntas.

 

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