Quem são Mauro Cid e os seguranças de Bolsonaro presos pela PF

Ele foi indiciado pela Polícia Federal por produzir desinformação disseminada pelo ex-presidente

A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (3) o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), e assessores do ex-presidente em operação que mira fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19. Veja quem são eles:

MAURO CID
Filho de um amigo do ex-presidente, Mauro Cid era o oficial mais próximo de Bolsonaro em seu governo. Ele é considerado braço direito do ex-presidente e um de seus principais conselheiros.

Cid foi o primeiro a ser escalado para resgatar pessoalmente joias e relógio de diamantes trazidos ilegalmente para o país. Ele assinou ofício enviado à Receita, e obtido pelo jornal O Estado de S. Paulo, informando que um auxiliar de Bolsonaro pegaria as joias em São Paulo.

Ele foi indiciado pela Polícia Federal por produzir desinformação disseminada pelo ex-presidente. Em dezembro, a PF concluiu que Bolsonaro associou, falsamente, a vacina contra a covid-19 e o vírus HIV em uma live feita em outubro de 2021.

O militar também teria coordenado um suposto caixa 2 no gabinete de Bolsonaro, segundo o site Metrópoles. A reportagem informa que os recursos eram utilizados para pagar contas pessoais da então primeira-dama, Michelle, e de familiares dela, o que foi negado pela família do ex-presidente.

Cid foi considerado pivô da demissão do general Júlio Cesar de Arruda do comando do Exército no primeiro mês do governo Lula. Fontes militares do governo afirmam que o presidente ficou incomodado com a situação de Cid que assumiria o 1º Batalhão de Ações de Comandos, em Goiânia. Dias depois, Cid pediu adiamento do cargo ao novo comandante do Exército.

MAX GUILHERME
Max Guilherme Machado de Moura foi sargento do Bope (Batalhão de Operações Especiais), a unidade de elite da Polícia Militar fluminense, por 17 anos. Ele e Bolsonaro se conheceram em 2012.

Ele chegou a Brasília como segurança pessoal e foi promovido a assessor especial. Chegou a ser um dos articuladores na área de comunicação, com poder para interferir na Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social).

O grupo de amigos do qual Max faz parte é o mesmo do também ex-policial Fabrício Queiroz, pivô do caso das rachadinhas. Dentro do Palácio do Planalto, o assessor era tido como “discreto” e “silencioso”.
Max concorreu a deputado federal no ano passado pelo PL no Rio, mas não se elegeu e ficou com a vaga de suplente. Ele foi um dos seguranças que acompanhou o ex-presidente durante sua estadia nos Estados Unidos.

SÉRGIO ROCHA CORDEIRO
É capitão da reserva e atuava como assessor especial da Presidência desde o começo do governo Bolsonaro. O cargo é o mais alto de assessoramento do Executivo, no valor de quase R$ 17 mil.

O ex-presidente disse que foi colega da brigada paraquedista de Cordeiro, a quem chamou de “uma pessoa bastante discreta”. Ele também acompanhou Bolsonaro nos EUA.

Cordeiro cedeu sua casa para que Bolsonaro fizesse suas lives na campanha eleitoral do ano passado depois que o TSE proibiu o chefe do Executivo de fazer transmissões no Palácio da Alvorada. O Planalto revogou o uso de um imóvel funcional dele depois disso.

JOÃO CARLOS DE SOUSA BRECHA
É secretário de governo municipal de Duque de Caxias (RJ). Segundo currículo disponibilizado pela prefeitura, é advogado com atuação nas áreas cível, trabalhista, administrativa e penitenciária.

Atuou como chefe de gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Também foi assessor especial do presidente das Indústrias Nucleares do Brasil e presidente Instituto de Previdência dos Servidores Públicos de Duque de Caxias.

Por Stella Borges 

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