Privatização da Petrobras não precisa seguir modelo da Eletrobras, diz governo
Ministério ainda espera decreto do presidente Jair Bolsonaro para iniciar os estudos que definirão o modelo de venda
A secretária-executiva do MME (Ministério de Minas e Energia), Marisete Pereira, afirmou nesta quarta-feira (8) que o processo de privatização da Petrobras não precisa seguir o modelo de capitalização adotado para a Eletrobras.
Segundo ela, o ministério ainda espera decreto do presidente Jair Bolsonaro (PL) para iniciar os estudos que definirão o modelo de venda da Petrobras, que foi qualificada pelo PPI (Programa de Parcerias e Investimentos) na terça (7).
“Não quer dizer que o modelo da Petrobras seja semelhante ao da Eletrobras”, disse a secretária, em palestra no Enase (Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico).
“É um novo estudo, com um olhar de que tipo de medidas a gente precisa para tratar os diferentes segmentos em que a Petrobras tem atuação”, completou. Pereira participou do evento de forma virtual e, portanto, não deu entrevistas após a palestra.
Na privatização da Eletrobras, o governo está vendendo novas ações da empresa, para reduzir sua fatia no capital social, criando uma empresa sem controle definido. O modelo impõe travas para que investidores tenham poder excessivo nas decisões da companhia.
Uma eventual privatização da Petrobras é vista como mais complexa pelo mercado, diante do poder econômico da empresa em determinados segmentos da cadeia de petróleo e gás, como o transporte e armazenamento de combustíveis.
A venda da maior estatal brasileira ganhou apoio diante da escalada dos preços dos combustíveis no país, embora não seja possível garantir que esse processo represente alívio ao consumidor.
O próprio presidente Bolsonaro admitiu que o processo levaria anos para ser concluído, sem impactos, portanto, sobre a crise atual.
Por Nicola Pamplona