PF marca depoimento de Torres para esta quarta, e defesa diz que ele não vai falar – Mais Brasília
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PF marca depoimento de Torres para esta quarta, e defesa diz que ele não vai falar

Ex-ministro da Justiça está preso desde sábado (14) numa unidade da Polícia Militar no Distrito Federal

Ministro da Justiça, Anderson Torres
Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom /Agência Brasil

A Polícia Federal marcou o depoimento do ex-ministro da Justiça Anderson Torres para 10h30 desta quarta-feira (18). A data teve aval do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Torres, também ex-secretário de Segurança do DF, está preso desde sábado (14) numa unidade da Polícia Militar no Distrito Federal.
Rodrigo Roca, advogado de Torres, afirmou, no entanto, que ele não fará a oitiva antes de ter acesso aos autos do inquérito.

Ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), Torres foi preso na manhã de sábado pela Polícia Federal ao retornar dos Estados Unidos.

Ele é o primeiro a ocupar o cargo de ministro da Justiça a ser preso desde a redemocratização e o primeiro integrante do governo Bolsonaro preso em consequência dos atos antidemoctáticos.

Na terça-feira (10), Moraes determinou a prisão de Torres após o episódio de ataques golpistas contra as sedes dos três Poderes, no domingo (8).

Torres havia reassumido o comando da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal no dia 2 de janeiro e viajou de férias para os EUA cinco dias depois. Ele não estava no Brasil quando bolsonaristas atacaram e depredaram os prédios do STF, Congresso e Palácio do Planalto.

O então secretário foi exonerado do cargo por Ibaneis Rocha (MDB) no domingo, horas antes de o emedebista ser afastado do governo do Distrito Federal por ordem do STF.

Além de sua prisão, Moraes determinou buscas na residência do ex-ministro.

Na quinta-feira (12), a Folha revelou que, durante a operação, a Polícia Federal encontrou na residência de Torres uma minuta (proposta) de decreto para o então presidente Bolsonaro instaurar estado de defesa na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

O objetivo, segundo o texto, era reverter o resultado da eleição, em que Lula saiu vencedor. Tal medida seria inconstitucional.

A PF vai investigar as circunstâncias da elaboração da proposta. Ele nega ser o autor da minuta e disse que um pilha de documentos na sua casa iria ser triturada.

Por Constança Rezende e Fabio Serapião