Mourão diz que Silva e Luna, ‘como bom nordestino’, aguenta pressão na Petrobras

Presidente da estatal virou alvo após anunciar mega-aumento dos combustíveis; Bolsonaro chamou empresa de insensível

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira (14/3) que o general Silva e Luna, da Petrobrás, aguenta a pressão, “como bom nordestino”.

“Silva e Luna é resiliente, sempre foi. Como bom nordestino, aguenta pressão”, afirmou Mourão a jornalistas. O general é pernambucano.

O vice-presidente disse estar acompanhando a questão dos combustíveis e que o governo está procurando soluções, como a redução do PIS/Cofins.

Mas criticou intervenção no preço da estatal, como foi sugerido por Jair Bolsonaro (PL) semana passada.

“Intervenção no preço é algo que, a gente sabe como começa e o término é sempre uma bagunça”, disse.

No final de semana, o presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que qualquer um pode ser trocado no governo, quando questionado sobre a possibilidade de o general deixar o cargo.

Bolsonaro também evitou adjetivar a gestão do seu indicado à Petrobras, disse apenas que Silva e Luna está “investindo a médio e longo prazo”.

O presidente disparou também contra o reajuste da Petrobrás, e disse que a empresa demonstra não ter sensibilidade com a população.

“É Petrobras Futebol Clube e o resto que se exploda”, afirmou.

A pressão de acionistas da Petrobras por reajustes e o receio de desabastecimento manifestado por integrantes da companhia e por políticos do Nordeste deflagraram a decisão da estatal de anunciar um mega-aumento nos preços de combustíveis.

O reajuste foi concedido após quase dois meses sem repassar para as bombas a alta dos preços internacionais do petróleo.

Integrantes do governo disseram à Folha que o presidente ficou contrariado com a decisão da estatal de anunciar o reajuste justamente na quinta-feira, data da votação do projeto que era a aposta do governo para conter os preços nas bombas.

Por Marianna Holanda

Sair da versão mobile