Moro quer dar independência funcional para diretor-geral da PF
A ideia é que o diretor tenha mandato fixo e seja sabatinado pelo Senado
O pré-candidato a presidente Sergio Moro (Podemos) defenderá, em seu programa de governo, independência funcional para o diretor-geral da Polícia Federal, nos moldes da que já existe atualmente para o comando das agências reguladoras, por exemplo.
A ideia é que o diretor tenha mandato fixo e seja sabatinado pelo Senado, eliminando assim a possibilidade de ser afastado pelo presidente da República ou ministro da Justiça.
Moro acredita que, com isso, será possível evitar episódios de pressão política sobre o órgão, como ele apontou no caso que levou à sua saída do governo, em abril de 2020. Na ocasião, o então ministro acusou o presidente Jair Bolsonaro (PL) de querer mudar o comando da PF para blindar investigações sobre sua família.
O ex-juiz tem usado a posição da Anvisa no caso das vacinas como exemplo. A agência tem resistido a pressões de Bolsonaro contra a vacina.
O tema está sendo debatido por uma comissão de profissionais do Direito que preparam uma proposta para segurança, combate à corrupção e reforma do Judiciário.
A discussão ocorre em meio a um embate entre o ex-ministro e a atual direção da PF, que acusou Moro de mentir sobre críticas que fez ao trabalho da polícia nos últimos meses.