Moro divide TRE-PR: veja quem deve votar a favor e contra a cassação

Sete magistrados vão decidir se o ex-juiz cometeu ou não abuso econômico nas eleições de 2022

O julgamento de Sérgio Moro (União Brasil-PR) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) intensificou as apostas sobre o resultado entre profissionais do Direito do estado que estão familiarizados com as votações da corte.

A coluna consultou tanto advogados e juristas que defendem que Moro seja cassado quanto os que sustentam a inocência dele.

Dos sete magistrados que participarão do julgamento, dois são considerados votos seguros contra Moro. Dois são contabilizados como favoráveis a ele. Os outros três são considerados dúvida, tanto pelos aliados quanto pelos opositores de Moro —o que torna o resultado do julgamento imprevisível.

As análises se baseiam em posições já expressadas pelos integrantes do TRE-PR em outros julgamentos ou em declarações anteriores, ainda que feitas fora da Corte.

Os juízes Julio Jacob Junior e José Rodrigo Sade são considerados votos certos contra Moro. Os dois ocupam as vagas destinadas a advogados no tribunal.

Eles integraram uma lista sêxtupla de advogados indicada pelo Tribunal de Justiça do PR, e foram escolhidos e nomeados pelo presidente Lula (PT).

O voto de Jacob, por seus posicionamentos anteriores, é considerado inabalável. O de Sade poderia mudar no desenrolar do julgamento, mas ainda assim ele é computado como anti-Moro.

Os juízes Guilherme Frederico Hernandes Denz e Claudia Cristina Cristofani são considerados votos seguros a favor de Moro.

Ambos fizeram carreira na magistratura. Ela é desembargadora e ele, juiz de Direito.

O maior mistério do julgamento é o voto do relator do caso, Luciano Carrasco Falavinha Souza. Atos e palavras do magistrado já levaram os dois lados da contenda a imaginar que ele seria um voto contrário a suas demandas.

O juiz Anderson Ricardo Fogaça também é tido como um voto indecifrável até o momento.

O presidente do Tribunal, Sigurd Roberto Bengtsson, só vota em caso de empate. Poucos arriscam dizer, neste caso, para que lado do muro o voto dele penderá.

Sergio Moro é alvo de duas ações que o acusam de abuso de poder econômico, caixa dois e utilização indevida dos meios de comunicação social em sua pré-campanha em 2022. Elas são movidas pelo PL (Partido Liberal) de Jair Bolsonaro e pela Federação Brasil da Esperança, que reúne PT, PC do B e PV, legendas da base do governo Lula.

As ações serão analisadas em conjunto. Moro nega a prática dos crimes.

Por Mônica Bergamo, com Bianka Vieira, Karina Maitas e Manoella Smith

 

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