Ministro da CGU rebate acusações de prevaricação – Mais Brasília
FolhaPress

Ministro da CGU rebate acusações de prevaricação

Wagner Rosário disse que teve conhecimento de dados referentes à Precisa Medicamentos em julho

Ministro da CGU, Wagner Rosário
Foto: Pedro França/Agência Senado

Em depoimento à CPI da Covid, o ministro da CGU (Controladoria Geral da União), Wagner Rosário, rebateu as acusações que tenha prevaricado em relação a irregularidades envolvendo a Precisa Medicamentos e sobre a atuação do lobista Marconny Albernaz de Faria.

Rosário disse que apenas teve conhecimento de dados referentes à Precisa Medicamentos em julho.

Ao falar sobre a convocação de Rosário, o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), acusou o ministro de ter prevaricado. A fala se deu após o lobista Marconny de Faria ter dito que foi alvo de uma operação, por irregularidades no Instituto Evandro Chagas, no Pará, da qual a CGU participou.

“A CGU, do Wagner Rosário, participou dessa coisa. Teve acesso a tudo isso e a todas essas informações. Então, Wagner Rosário é um prevaricador, tem que vir aqui, mesmo porque, como ele sabia que o Roberto Dias estava operando dentro do ministério e não tomou providência?”, disse Aziz em sessão na semana passada.

“O Wagner Rosário tem que explicar não as operações que ele fez, é a omissão dele em relação ao Governo Federal. Tem que vir, mas não tem que vir aqui para jogar para a torcida não. Ele vai jogar aqui é no nosso campo, e o Wagner Rosário, que tinha acesso a essas mensagens desde 27 de outubro, ele é um prevaricador; fecha aspas”, completou.

Wagner Rosário afirmou que a operação que teve como alvo o lobista corre em segredo de justiça. Que as informações colhidas, para não atrapalhar os trabalhos, ficam a cargo apenas dos servidores envolvido, para evitar vazamentos. Por isso ele não tinha conhecimento.

Em seguida, acrescentou que apenas tomou conhecimento das irregularidades envolvendo a Precisa Medicamentos em julho deste ano.

“Pelo fato de a Operação Hospedeiro correr e ainda permanecer em segredo de justiça, a praxe da CGU é que os dados sejam mantidos única e exclusivamente com os servidores envolvidos diretamente na investigação. Assim sendo, todas essas informações foram mantidas em sigilo pela CGU tanto no Pará quanto na nossa área de investigação em Brasília. Esse princípio, conhecido como compartimentação de informações, é também adotado por diversos órgãos de investigação e de defesa do Estado”, afirmou o ministro.

“No final de junho, começaram a aparecer na mídia notícias sobre o envolvimento da Precisa Medicamentos em suspeitas de irregularidades no contrato da Covaxin. Devido a isso e graças à atenção dos servidores da CGU envolvidos na investigação, o MPF solicitou ao juízo da operação o compartilhamento das informações apartadas dos autos com o MPF do Distrito Federal”, completou, acrescentando que apenas então, em julho, teve conhecimento dessas informações.

“Não existe e não existiu nenhuma medida legal pendente de ser adotada. Até uma possível medida cautelar de afastamento do servidor, como aventado por alguns, só poderia ser realizada no âmbito do processo disciplinar pelo prazo de 60 dias com a finalidade de não atrapalhar a investigação, fato este que estava impedido de ocorrer até 8 de julho de 2021, sem levar em consideração, com a devida vênia, que ainda hoje não temos indícios suficientes de autoria e materialidade que justificam a abertura de processo disciplinar sobre este ponto específico da investigação.

O depoimento de Rosário está sendo marcado por diversos embates entre o depoente e governistas, contra os senadores do grupo majoritário da comissão. Por várias vezes, senadores apontaram uma postura “altiva” e “arrogante” de Rosário.

Por outro lado, os governistas reclamam de desrespeito com Rosário.

Por Renato Machado