Lula volta a afirmar que irá regular a mídia caso seja eleito
Petista fez viagem pelo Nordeste para viabilizar articulações políticas visando as eleições
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a afirmar que pretende regular a mídia caso retorne ao comando do país.
Em entrevista à Rádio Metrópole da Bahia nesta quinta-feira (26/8), o petista, que deverá ser o candidato do partido nas eleições presidenciais de 2022, criticou o formato de regulação existente no país.
“Eu ainda não decidi se sou candidato. Eu estou com muita paciência, estou conversando com muita gente, estou ouvindo muito desaforo, leio muito a imprensa. Tem alguns setores da imprensa que não querem que eu volte a ser candidato. Porque se eu voltar [à Presidência] eu vou regular os meios de comunicação deste país”, disse. O ex-presidente, que lidera as pesquisas, disse ainda que “a gente não pode ficar com a regulamentação de 1962, não é possível”.
Lula fez viagem pelo Nordeste para viabilizar articulações políticas visando as eleições do ano que vem. Além da Bahia, passou por estados como Maranhão e Pernambuco, onde conversou com líderes locais, incluindo políticos de partidos da base aliada do presidente Jair Bolsonaro. Desde que deixou o poder, por diversas vezes Lula afirmou que, caso voltasse a ser presidente, iria regular a imprensa.
Em 2019, durante um discurso de abertura do 7º Congresso Nacional do PT, ele defendeu a liberdade de imprensa e a regulação da mídia, afirmando que “democratizar a comunicação não é fechar uma TV, é abrir muitas”.
“Não pode um grupo familiar decidir sozinho o que é notícia e o que não é, com base unicamente em seus interesses políticos e econômicos”, afirmou.
Em 2017, durante um evento na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o petista afirmou que ele e a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) erraram por não terem levado em frente a regulação dos meios de comunicação.
Durante seu governo, Lula propôs a criação de um Conselho Federal de Jornalismo, projeto que chegou a ser enviado ao Congresso em 2004. A iniciativa acabou derrubada pelos deputados, após uma série de críticas.