Júlia Emílio, viúva de ex-miliciano, fecha delação premiada com Ministério Público
As declarações podem esclarecer as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes e outros crimes das milícias no Rio
Júlia Emílio Mello Lotufo, a viúva do capitão Adriano da Nóbrega, miliciano ligado a Flávio Bolsonaro, assassinado na Bahia no ano passado, negocia uma delação premiada com o Ministério Público do Rio de Janeiro.
A mulher é assessorada pela ex-senador e agora advogado Demóstenes Torres. A delação já foi aceita pelos promotores e agora está focada em tratar de anexos específicos sobre homicídios cometidos por organizações criminosas no Rio.
Júlia Lotufo esteve com Adriano da Nóbrega por dez anos e o acompanhou até a Bahia, onde ele foi morto, em fevereiro de 2020. A mulher ficou foragida e teve a prisão preventiva decretada, mas teve a pena convertida para domiciliar.
Júlia chegou a trabalhar na Subdiretoria-Geral de Recursos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Morte de Marielle
Adriano da Nobrega é suspeito de envolvimento no caso do assassinato de Marielle Franco.
O secretário de Polícia Alan Turnowski procurou o MP do Rio com o objetivo de fazer uma reunião da defesa de Júlia com a promotora Simone Sibílio, responsável pela investigação dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.
Sibílio teria se interessado pelas informações que Júlia tinha a fornecer sobre o caso Marielle. As declarações podem esclarecer as mortes e outros crimes das milícias no Rio.