Gabriel Monteiro é alvo de operação policial após vazamento de vídeo de sexo com adolescentes
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão
O vereador carioca Gabriel Monteiro é alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que investiga o vazamento de vídeos em que ele faz sexo com duas adolescentes.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 11 locais ligados ao vereador, incluindo a sua casa, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, e no seu gabinete na Câmara Municipal.
Na manhã desta quinta-feira (7/4), Monteiro foi para a 42ªDP, onde prestou esclarecimentos. Ao chegar à delegacia, ele disse que os agentes não encontraram nada ilegal em sua casa, onde apreenderam armas de fogo, o celular do vereador e outros equipamentos eletrônicos, como HDs.
“Todos os armamentos são legais. Tudo está dentro da lei. Não existe nada irregular. Queria deixar isso bem claro. Nenhum armamento é frio, é ilegal. Nenhum fere o estatuto” disse ele.
Por volta das 13h40, ele saiu da unidade acompanhado por seu advogado, Sandro Figueiredo. O defensor disse que o vereador não cometeu nenhum ato ilegal e afirmou que ele é vítima de uma armação.
Segundo Figueiredo, um agente de publicidade de Monteiro apresentou prints na delegacia que mostrariam uma suposta tentativa de suborná-lo para forjar provas contra o vereador. Em troca, o assessor teria oferecido R$ 600 mil ao agente de publicidade. “Esses prints já compõem o bojo do inquérito policial, bem como o depoimento desse agente de marketing.”
Monteiro sustenta que essa suposta armação teria acontecido em represália às denúncias que ele fez contra a empresa JS Salazar, que era responsável pela administração dos pátios e dos reboques do Rio de Janeiro. O contrato foi rompido após Monteiro divulgar que seu dono, Jailson dos Santos Salazar, teria tentado suborná-lo, oferecendo R$ 200 mil por mês.
O vereador diz ainda que um HD dele que havia sumido foi encontrado pela polícia na casa de um ex-assessor, sugerindo que o aparelho teria sido furtado pelo ex-funcionário. “Já está claro que existe um assessor meu tentando cooptar outras pessoas”, diz ele.
O delegado Luis Maurício Armond, titular do 42º DP, diz que de fato foi encontrado um HD, que será periciado para determinar se pertence ou não ao vereador. “Faz parte das investigações a possibilidade do HD ter sido roubado do vereador. Vamos fazer uma investigação para ver se realmente é dele. Isso tudo tem que ser analisado.”
O delegado diz ainda que o escopo da investigação se ampliou. “A investigação se tornou mais ampla por diversos outros vídeos que estão sendo recolhidos e apurados. Inclusive agora, diante do que pode aparecer nesses materiais apreendidos, ela pode se ampliar mais.”
O fato que deu origem à investigação foi o vazamento das imagens das relações sexuais com uma adolescente de 15 anos e com uma outra jovem. Os vídeos foram gravados pelo vereador e por uma das adolescentes.
Os agentes também querem saber se as relações foram consensuais. Em 31 de março, a assessoria de imprensa do vereador disse ao jornal Folha de S.Paulo que “ele realizou o boletim de ocorrência sobre a exposição dos vídeos íntimos” e que “a filmagem tinha o consentimento da jovem, que também registrou a ocorrência com a sua mãe”.
O vereador também é alvo de mais duas investigações motivadas por denúncias de ex-funcionários que o acusam de cometer abusos sexuais e morais e de manipular vídeos, um de um suposto tiroteio e outro em que aparece com uma criança. As denúncias foram veiculadas no Fantástico, da TV Globo. Monteiro nega as acusações.
Em razão das denúncias, a Promotoria abriu um inquérito civil para apurar uma possível violação de direitos de uma criança que aparece nas gravações e pediu que ele retire o vídeo do ar. Também vai analisar se investigará o suposto uso indevido de funcionários públicos para fins privados.
Já a Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar denúncia de assédio sexual na Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá, na zona oeste carioca.
Por Matheus Moreira e Matheus Rocha