Flordelis, acusada de matar o marido, será julgada em maio no RJ
Decisão da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, foi divulgada nesta terça-feira
A ex-deputada e pastora Flordelis dos Santos de Souza, acusada de matar o marido, o pastor Anderson do Carmo, vai a júri popular no dia 9 de maio. A decisão da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói, foi divulgada nesta terça-feira (29/3).
O pastor morreu após ser perfurado por mais de 30 balas, como consta no laudo do Instituto Médico Legal. Ele tinha 42 anos quando foi assassinado, em junho de 2019, na frente da casa onde morava com Flordelis e dezenas de filhos, a maioria Flordelis será julgada no dia 9 de maio junto com a filha biológica Simone dos Santos Rodrigues; a neta, Rayane dos Santos Oliveira; e a filha afetiva Marzy Teixeira da Silva. Antes, no dia 12 de abril, serão julgados outros cinco acusados de envolvimento no crime, o filho biológico de Flordelis, Adriano dos Santos Rodrigues; os filhos afetivos André Luiz de Oliveira e Carlos Ubiraci Francisco da Silva e o ex-PM Marcos Siqueira Costa e sua mulher, Andrea Santos Maia.
Em novembro do ano passado, dois filhos da ex-deputada foram condenados por envolvimento na morte do pastor.
Flávio dos Santos Rodrigues, filho biológico da ex-deputada, acusado de disparar os tiros que mataram Anderson, foi condenado a 33 anos e dois meses de prisão por homicídio triplamente qualificado, porte ilegal de arma, uso de documento ilegal e associação criminosa armada.
Lucas Cézar dos Santos de Souza, que teria ajudado a comprar a arma do crime, segundo o Ministério Público do Estado do Rio, foi condenado a sete anos e meio por homicídio triplamente qualificado. Sua pena foi reduzida por ter colaborado com as investigações.
Flordelis foi presa no dia 13 de agosto do ano passado, dia seguinte à cassação de seu mandato, avalizada por seus pares da Câmara dos Deputados. A parlamentar, que em 2019 chegou a concorrer à presidência da bancada evangélica, perdeu apoio após a suspeita de que tramou o assassinato do marido.
A ex-parlamentar conheceu Anderson na favela do Jacarezinho, uma das mais violentas da zona norte carioca. Ele, 16 anos mais novo, ainda era um adolescente, evangélico como ela. O pastor era tido como arquiteto da carreira da mulher, tanto a política (foi a candidata à Câmara mais votada pelos conterrâneos em 2018) quanto a musical (era uma cantora bem-sucedida no gospel).
Em abril de 2021, Flordelis disse à Folha de S.Paulo que estava confiante em sua permanência no Congresso. “Não acredito nesta cassação, sinceramente não acredito. Acredito muito que Deus vai trabalhar em Brasília.”