Deltan afirma em ato de apoio que lugar de corrupto não é na Presidência
Em discurso em cima de um carro de som, ele disse que "querem roubar nossa voz, mas vamos lutar por justiça"
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmou neste domingo (21), em manifestação de apoiadores, que vai lutar por um país em que “lugar de corrupto não é na Presidência da República”.
“Enquanto tiver sangue correndo nessas veias, eu vou lutar pelo nosso país, eu vou lutar por vocês. Agora quero convidar vocês a lutarem junto, porque a minha força é a sua força”, afirmou durante ato contra a cassação de seu mandato realizado em frente à sede do Ministério Público Federal, no centro de Curitiba.
Entre os organizadores da manifestação estavam a seção local do MBL (Movimento Brasil Livre) e o movimento Curitiba contra a Corrupção. Na sede do MPF ficava a sede da Operação Lava Jato, força-tarefa coordenada por Deltan quando atuava como procurador da República.
Em discurso em cima de um carro de som, ele disse que “querem roubar nossa voz, mas vamos lutar por justiça”.
Vários apoiadores vestiam roupas pretas ou verde e amarela e carregavam bandeiras do Brasil.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram o ex-procurador cantando o hino nacional, carregado por apoiadores e ouvindo gritos do locutor como “juntos com Deltan” e “Lula, ladrão, seu lugar é na prisão”.
“A República de Curitiba está viva. Curitiba não tem o germe do fascismo, Curitiba tem o germe da democracia, da honestidade, da integridade e do combate à corrupção”, disse, em aparente resposta ao ministro Gilmar Mendes, do STF, que em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, afirmou em maio que a cidade “tem o germe do fascismo” e gerou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O registro da candidatura e, consequentemente, o mandato do deputado foi cassado por unanimidade pelo TSE na semana passada.
A ação é decorrente de representação da Federação Brasil da Esperança (PT, PC do B e PV) e do PMN, que alegaram que Deltan não poderia ter deixado a carreira de procurador da República para entrar na política porque respondia a sindicâncias, reclamações disciplinares e pedidos de providencias junto ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), que fiscaliza os deveres funcionais dos integrantes do Ministério Público.
Cabe recurso. O caso, em última instância, poderá chegar ao STF (Supremo Tribunal Federal).