Dedo do meio de Queiroga foi absurdo e não há mais confiança no ministro, dizem secretários
Titular da Saúde emenda sequência de episódios críticos, como suspensão de vacinação de adolescentes
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Os secretários estaduais de Saúde têm visto com indignação as atitudes mais recentes de Marcelo Queiroga e afirmam não ter mais confiança no ministro à frente da pasta.
Nos últimos dias, o titular da Saúde emendou uma série de episódios de repercussão negativa. Na última semana, após pressão de Jair Bolsonaro e seus apoiadores mais radicais, publicou nota técnica que suspendeu orientação sobre vacinar adolescentes de 12 a 17 anos contra a Covid-19.
A medida recebeu críticas de especialistas, sociedades médicas e governadores, alguns dos quais decidiram ignorar Queiroga e continuar a imunizar adolescentes.
Na segunda (20/9), mostrou o dedo do meio a manifestantes em Nova York, onde compõe comitiva de Bolsonaro para acompanhar a Assembleia-Geral da ONU. O presidente é o único entre os líderes mundiais presentes no evento que não se vacinou contra a Covid-19.
Nesta terça (21/9), horas após Bolsonaro fazer um discurso que incluiu defesa do chamado “tratamento precoce”, ineficaz contra o coronavírus, Queiroga anunciou que está com Covid-19.
Para secretários ouvidos pelo Painel, a sucessão de episódios mostrou que Queiroga não tem autoridade para comandar o ministério, já que prefere ignorar fundamentos científicos para aderir aos comandos de Bolsonaro.
Além disso, mostrou descontrole diante do protesto em Nova York, o que foi visto pelos secretários como sintoma de que não consegue lidar com a pressão do cargo.
Como mostrou o Datafolha, o presidente da República segue com sua reprovação em tendência de alta. Ela chegou a 53%, pior índice de seu mandato.