Datafolha: 33% em SP dizem não votar em Boulos de jeito nenhum, e 24%, em Nunes
Pré-candidato do PSOL é o mais rejeitado pelo eleitorado; Datena é o nome mais conhecido
A 15 dias do início da temporada de convenções que vão confirmar os nomes para a disputa pela Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) se mantém como o postulante mais rejeitado. Não votariam nele de forma alguma 33% dos paulistanos, ante 24% que rejeitam o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB).
É o que aferiu o Datafolha de 2 a 4 julho, quando ouviu 1.092 eleitores da capital. A pesquisa, com margem de erro de três pontos percentuais, foi encomendada pela Folha e tem o registro SP-001178/2024 no Tribunal Superior Eleitoral.
Neste levantamento, Nunes e Boulos dividem a primeira posição, com 24% e 23%, respectivamente, no cenário com todos os nomes colocados até aqui. Os dois são bastante conhecidos: o prefeito é um nome familiar para 85% dos ouvidos, enquanto 79% dizem o mesmo sobre o deputado psolista.
Em relação à rejeição, assim como na disputa direta, há estabilidade em relação ao que o Datafolha apurou no fim de maio. Isso reforça o desafio da campanha de Boulos, que luta para livrar-se da imagem de radical, herança dos seus 20 anos de militância em favor dos sem-teto.
Seus estrategistas buscaram amenizar sua imagem: ele até adotou paletó em algumas aparições, além de ter como vice uma representante da elite centrista paulistana, a ex-prefeita Marta Suplicy (PT). Mas mesmo os aliados mais próximos concordam que há um Everest a ser transposto no quesito.
Desde que as eleições voltaram às capitais, em 1985, apenas Paulo Maluf (1993-96) e seu então aliado Celso Pitta (1997-2000) conseguiram chegar ao poder em São Paulo com tanta rejeição.
Quem viu uma oscilação maior na sua rejeição foi o coach Pablo Marçal (PRTB), que segue como o segundo nome mais rejeitado —25% diziam não votar nele antes, agora são 29%. Ele segue relativamente desconhecido, com 57% afirmando saber quem ele é.
Abaixo dos três vem José Luiz Datena (PSDB), com os mesmos 22% de rejeição, um patamar confortável, em especial porque ele é o nome mais conhecido na disputa: 90% o reconhecem, fruto de seus anos como apresentador de programas populares na TV.
Entre os candidatos principais, a seguir vem Kim Kataguiri (União Brasil), com 22% de rejeição e 33% de conhecimento, Tabata Amaral (PSB), com baixíssimos 16% de rejeição e apenas 56% de conhecimento e Marina Helena (Novo), com 12% de rejeição e só com 39% do eleitorado dizendo saber quem ela é.
Por Igor Gielow