Bolsonaro segue Queiroz e associa governo Witzel à morte de ex-PM – Mais Brasília
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Bolsonaro segue Queiroz e associa governo Witzel à morte de ex-PM

Declarações de Bolsonaro foram dadas em sua live

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quinta-feira (7/4) que trata-se de “fake news” a informação de que o Palácio do Planalto teria oferecido cargos em troca da morte do ex-policial militar Adriano da Nóbrega.

Nesta semana, a Folha de S.Paulo revelou o conteúdo de uma escuta telefônica da Polícia Civil do Rio de Janeiro em que a irmã do ex-capitão da PM acusa o atual governo de oferecer funções comissionadas em troca da execução do seu familiar.

Bolsonaro, porém, alinhou-se à tese de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e pivô do caso da “rachadinha”, e disse que a parente de Nóbrega deve ter confundido o governo federal com o Executivo do Rio de Janeiro e que, na verdade, foi a gestão fluminense que ofereceu esses cargos.

“Pelo que tomei conhecimento, ela se equivocou, em vez de falar Palácio das Laranjeiras, falou Palácio do Planalto. Se equivocou no tocante a isso. Pelo que eu lembre, nunca conversei com ela”, disse.

No mesmo dia da revelação do áudio, Queiroz associou a morte do ex-PM ao então governo de Wilson Witzel, que foi eleito na esteira do bolsonarismo, tornou-se adversário do chefe do Executivo e, depois, acabou afastado do cargo pelo Judiciário. Witzel não quis comentar a declaração de Queiroz.

“Eu recebi uma ligação do capitão Adriano no dia 24 de dezembro de 2019, onde ele me relatou que houve uma reunião dentro do Palácio do Guanabara, que ficou acertado que não era para ele ser preso, e sim executado, o que aconteceu em fevereiro”, disse, em referência à data em que Witzel ainda era governador.

As declarações de Bolsonaro sobre o caso foram dadas em sua live semanas nas redes sociais. Ele também negou qualquer vinculação com a morte da ex-vereadora Marielle Franco -Nóbrega era suspeito de integrar o grupo que teria sido responsável pelo assassinato da ex-parlamentar.

“Quer mais fake news do que isso? Alguém me aponte um motivo que poderia ter para matar Marielle Franco. Motivo nenhum, zero”, disse.
Adriano foi morto em 9 de fevereiro de 2020, após mais de um ano foragido sob acusação de comandar a maior milícia do Rio de Janeiro. Ele também era suspeito de envolvimento no esquema da “rachadinha” no antigo gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) na Assembleia Legislativa fluminense.

A gravação comentada pelo chefe do Executivo faz parte das escutas realizadas pela polícia no âmbito da Operação Gárgula, às quais a Folha de S.Paulo teve acesso, que miraram o esquema de lavagem de dinheiro e a estrutura de fuga de Adriano.

Por Matheus Teixeira