Bolsonaro não assustava STF nem quando tinha poder, tropas e mobilizava multidões, diz ministro

Situação jurídica do ex-presidente não deve ser alterada por causa de ato que reuniu milhares na avenida Paulista

manifestação que reuniu milhares de pessoas na avenida Paulista no domingo (25) em apoio a Jair Bolsonaro (PL) não altera em nada a situação jurídica dele.

De acordo com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o tamanho do ato não terá qualquer influência na decisão dos magistrados, que devem julgar o ex-presidente, entre outras coisas, por tentar dar um golpe de Estado no Brasil para se manter no poder. Ele é atualmente investigado pela Polícia Federal.

Um dos magistrados afirmou à coluna que Bolsonaro nunca assustou o Supremo, nem mesmo quando estava no poder, comandava as Forças Armadas, tinha amplo apoio entre os militares e mobilizava até mais gente para ir às ruas.

O discurso do ex-mandatário era, inclusive, mais agressivo: ele chegou a dizer a uma multidão, em 7 de setembro de 2021, que o ministro do STF Alexandre de Moraes era “canalha”, e que não cumpriria as decisões do magistrado.

Neste domingo, Bolsonaro não citou o nome de Alexandre de Moraes e afirmou que gostaria de passar “uma borracha” em tudo o que aconteceu no passado para “pacificar” o país.

O ato está sendo entendido por magistrados como uma demonstração de força política e uma tentativa de seguir liderando a direita no país, independentemente de ser ou não condenado pela Justiça.

O presidente da Apesp (Associação dos Procuradores do Estado de São Paulo), José Luiz Souza de Moraes, recebeu convidados como a advogada GabrielaAraujo e o deputado estadual paulista Emidio de Souza (PT) na festa que celebrou a posse da nova diretoria da entidade, realizada em São Paulo, na semana passada. A procuradora-geral do estado de São Paulo, Inês Coimbra, esteve lá. A presidente da OAB-SP, Patricia Vanzolini, também participou.

Por Mônica Bergamo, com Bianka Vieira, Karina Matias e Manoella Smith 

 

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