Bolsonaro errou no tom de falas sobre STF e contaminou debate, diz apoiador – Mais Brasília
FolhaPress

Bolsonaro errou no tom de falas sobre STF e contaminou debate, diz apoiador

Para apoiador, o presidente errou na forma como comunicou sua indignação com relação ao STF

Jair Bolsonaro
Foto: Isac Nóbrega/PR

Importante influenciador digital pró-Bolsonaro, Leandro Ruschel faz reparos aos discursos de Jair Bolsonaro (sem partido) no 7 de Setembro. Segundo ele, o presidente errou na forma como comunicou sua indignação com relação ao STF.

“Ele elevou o tom e se colocou numa situação impossível, além de deixar tudo muito vago. Quais seriam as medidas ‘que não queremos’, por exemplo? Pode ser qualquer coisa…”, afirmou ele, que trabalha no mercado financeiro e vive nos EUA.

Próximo do filósofo Olavo de Carvalho, ele tem 545 mil seguidores no Twitter e suas postagens são rotineiramente citadas em grupos bolsonaristas.
“Isso gera uma expectativa diferente na cabeça de cada apoiador, o que produzirá invariavelmente uma desilusão, quaisquer que sejam as medidas efetivamente tomadas”, declarou.

Ruschel diz que “o arroubo do presidente em pontuar sua indignação pessoal como se fosse um ato de governo contaminou o debate, dando espaço para as acusações de golpismo”.

Ele acredita que Bolsonaro deveria ter focado na crítica aos aspectos jurídicos dos inquéritos abertos pelo STF, de ofício, para investigar fake news e atos antidemocráticos.

“O presidente deveria se ater à denúncia dos atuais inquéritos em curso no Supremo, que geraram indiscutível divisão no meio jurídico quanto ao rito adotado para instauração dos procedimentos”, afirma.

Ruschel diz ainda que a relação de Bolsonaro com sua base ficou abalada após sua nota de recuo, costurada junto com o ex-presidente Michel Temer.

“Pelo que tenho observado nas redes, houve um abalo, sim. […] Ele [Bolsonaro] perde força política e repetiu na quinta-feira [na nota de recuo] que não está preocupado com a reeleição. As chances de o presidente não concorrer aumentaram, seja por uma decisão pessoal, seja por iniciativa do próprio TSE”, afirma.

Por: FÁBIO ZANINI