Bolsonaro diz fazer o possível, mas que Petrobras ‘não é aquilo que eu gostaria’
Presidente tem reforçado críticas à companhia desde a divulgação do mega-aumento nos preços dos combustíveis
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar a Petrobras nesta quarta-feira (16/3) e disse que a estatal não atua da forma que ele gostaria.
“Tenho minhas críticas à Petrobras também. Não é aquilo que eu gostaria, não”, disse o presidente a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.
“O que eu puder fazer, não mando na Petrobras, não tenho ingerência sobre ela, o que a gente puder fazer, a gente faz”, afirmou ainda. A declaração foi divulgada por uma página bolsonarista no YouTube.
Bolsonaro tem reforçado críticas à companhia desde a divulgação do mega-aumento nos preços da gasolina, diesel e do gás de cozinha.
A declaração aos apoiadores foi feita após o presidente relacionar o preço do combustível ao trabalho de gestões petistas na companhia. “Combustível está alto no mundo todo. Poderia estar um pouquinho mais barato aqui, mas está no mundo todo essa conta de energia”, afirmou.
Na terça-feira (15/3), o presidente disse que “com toda a certeza” a Petrobras vai reduzir estes valores, ao cobrar da empresa um ajuste diante da queda da cotação do petróleo nos mercados globais.
Assim como Bolsonaro, ministros da ala política também avaliam que a companhia deveria rever o reajuste, dado o novo cenário do petróleo no mercado internacional.
Militares das mais altas patentes se juntaram para conter as articulações políticas pela retirada do general Joaquim Silva e Luna da presidência da Petrobras.
Desde o final de semana, o presidente intensificou suas críticas à estatal. Chegou a dizer que ela não tem sensibilidade com a população, após anunciar o mega-aumento no preço dos combustíveis, devido ao conflito na Europa.
Bolsonaro queria que a estatal esperasse a votação do projeto no Congresso que zerava o imposto federal sobre o PIS/Cofins do diesel e do gás de cozinha. O texto foi sancionado na noite de sexta-feira.
A pandemia e a guerra na Ucrânia fizeram os preços do barril de petróleo dispararem, atingindo R$ 140 o barril, pressionando a Petrobras para fazer mais reajustes –que vinham sendo segurados.
Ainda na quinta-feira (15/3), o presidente disse à TV Ponta Negra, do Rio Grande do Norte, que a Petrobras “não colabora com nada”.
“É impagável o preço dos combustíveis no Brasil e lamentavelmente a Petrobras não colabora com nada”, afirmou Bolsonaro.
Por Mateus Vargas