Bolsonaro diz a evangélicos que Mendonça levará paz e equilíbrio ao STF

As declarações do presidente foram dadas nesta terça-feira (26/10) a um público evangélico

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender perante um público de evangélicos a indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal e afirmou que a aprovação do nome do ex-ministro da Justiça, que também é pastor presbiteriano, levará paz e equilíbrio à corte.

“Ele não quer nem que quero perseguir ninguém dentro do Supremo Tribunal Federal. Não queremos perseguir ninguém. Queremos é levar paz lá para dentro, o equilíbrio que essas pautas sobre conservadorismo que estão o tempo todo dentro daquela Casa”, afirmou o presidente.

As declarações do presidente foram dadas nesta terça-feira (26) a um público de evangélicos em um culto em comemoração aos 106 anos da Assembleia de Deus na cidade de Boa Vista (RR).

A nova defesa ao nome do ex-ministro acontece dias depois de o presidente da Comissão de Constituição de Justiça do Senado, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), indicar que deve finalmente marcar a apreciação da indicação de André Mendonça. A expectativa é que a sabatina aconteça até o dia 15 de novembro.

Ele disse nas conversas com colegas que vai, enfim, pautar o assunto porque tem total convicção de que o “terrivelmente evangélico” indicado por Jair Bolsonaro será rejeitado pela maioria dos senadores. O impasse já dura 106 dias.

Em discurso em Roraima, Bolsonaro classificou Mendonça como uma “pessoa que tem tomado tubaína comigo há dois anos”, disse que passará na sabatina com “nota quase dez”, mas admitiu que Mendonça terá dificuldades na votação secreta da indicação entre os senadores.

“[Mendonça é] uma pessoa que tem um currículo invejável. Que tenho conversado com ele de há muito. Que sabe das dificuldades, não para passar na sabatina – ele passa com nota quase 10 -, mas dificuldade de na votação secreta ter seu nome aprovado”, afirmou.

Aos evangélicos, Bolsonaro voltou a afirmar que pediu a Mendonça que, caso chegue ao Supremo, inicie sessões com orações e que almoce pelo menos uma vez por mês com ele.

Na sequência, o presidente classificou a renovação como salutar, afirmou que duas novas vagas serão abertas no STF em 2023 e fez referências às possíveis indicações à corte em caso de vitória do ex-presidente Lula (PT) para o Planalto.

“O Supremo também se renova. Temos gente que é boa e que não é boa em tudo quanto é lugar. Mas imaginem se, aquela outra pessoa porventura se eleger indicando mais dois [ministros] para o Supremo, qual o nossos destino, qual o perfil das pessoas que ele vai indicar?”, disse.

Esta foi a segunda visita de Bolsonaro a Roraima menos de um mês. Além de participar do culto, o presidente visitou um abrigo com refugiados venezuelanos em Boa Vista.

Desde o final da manhã, fiéis previamente credenciados formaram uma fila para entrar na igreja, com capacidade para 2.500 pessoas. Do lado de fora, cerca de 1.500 pessoas aguardavam a chegada de Bolsonaro, conforme estimativa do Corpo de Bombeiros.

Apoiadores do presidente vestiam camisas nas cores da bandeira brasileira ou com o rosto do presidente estampado. O público tomou apenas parte do espaço reservado em frente à igreja, aglomerando-se sob a sombra das árvores.

Texto: João Pedro Pitombo

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