Bolsonarista que matou petista é diretor de associação onde crime aconteceu
O crime aconteceu na noite de sábado (9/7) em Foz do Iguaçu, no Paraná
O policial penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, que matou o guarda municipal petista Marcelo de Arruda na noite de sábado (9/7) em Foz do Iguaçu, é um dos diretores da associação onde o crime aconteceu, segundo a Polícia Civil do Paraná.
A delegada Iane Cardoso afirmou em entrevista coletiva neste domingo (10/7) que o atirador dirigia a Aresf (Associação Recreativa e Esportiva da Segurança Física). Por isso, a polícia investiga se ambos se conheciam ou não.
A mulher e um amigo de Arruda disseram à reportagem que não sabem quem ele era.
“A informação que temos a priori deu a entender que eles se conheciam, mas não há histórico que tenha havido uma divergência ou briga anterior”, afirmou a delegada. “Por isso a gente deduz que talvez eles tivessem um conhecimento.”
Guaranho, que está internado após também ser baleado por Arruda, se define como conservador e cristão. Ele usa as redes sociais principalmente para defender o presidente Jair Bolsonaro (PL), se diz contra o aborto e as drogas e considera arma sinônimo de defesa.
Em junho de 2021, ele aparece sorrindo em uma foto ao lado do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do mandatário. “Vamos fortalecer a direita”, escreveu em 30 de abril numa corrente da “#DireitaForte” para impulsionar perfis de conservadores com poucos seguidores.
Sua última postagem antes do crime é um retuíte de uma publicação do ex-presidente da Fundação Cultural Palmares Sérgio Camargo, dizendo: “Não podemos permitir que bandidos travestidos de políticos retornem ao poder no Brasil. A responsabilidade é de cada um de nós”.
Semanas atrás, o policial penal publicou ainda uma mensagem de cunho LGBTfóbico ao comentar o anúncio do jogador de futebol Richarlyson sobre ser bissexual. “Popeye assume que come espinafre”, escreveu Guaranho.
Xingamentos e palavrões de cunho sexual também são comuns. “Sua bunda” e “meus ovos”, respondeu a postagens da colunista Mônica Bergamo, da Folha, e do influenciador Felipe Neto em setembro do ano passado.
Bolsonaro se pronunciou sobre o assassinato na noite deste domingo: “Independente das apurações, republico essa mensagem de 2018: Dispensamos qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula um histórico inegável de episódios violentos”, escreveu.