Atos de violência serão motor da mobilização pacífica, diz coordenador de Lula
João Paulo Rodrigues afirma que os atos de violência não devem criar medo nem tirar a militância das ruas, mas "alimentar a indignação"
Responsável pela mobilização popular na coordenação de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), João Paulo Rodrigues disse à coluna Painel, da Folha de S.Paulo, que que episódios de violência contra a candidatura do presidenciável e seus aliados servirão de combustível para o engajamento da militância.
Rodrigues, que também é coordenador nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), afirma que os atos de violência não devem criar medo nem tirar a militância das ruas, mas “alimentar a indignação”, em argumento alinhado ao do ex-presidente.
“Vamos denunciar o papel do [presidente Jair] Bolsonaro de estimular violência, intolerância e fazer o culto do armamento. Não vamos sair das ruas e deixá-las para o bolsonarismo. Esses atos de violência devem ser motor da indignação e levar que as pessoas se posicionem, se manifestem, montem seus comitês e façam mais atividades”, afirma Rodrigues.
“Ao mesmo tempo, vamos denunciar a violência política, a responsabilidade do Bolsonaro e cobrar a responsabilidade da Justiça e do Tribunal Superior Eleitoral, que precisa garantir uma estabilidade nas eleições”, continua.
“Nós não vamos nos intimidar. Ao contrário. Isso vai servir de combustível para a mobilização pacífica. Não vamos desviar o foco do nosso tema central, o da fome e da miséria”, completa.
Os partidos aliados da candidatura de Lula decidiram reforçar a estratégia de mobilização da campanha mesmo após o assassinato de um militante em Foz do Iguaçu (PR), no sábado (9).
A estratégia foi discutida em reunião do conselho político da coligação nesta segunda-feira (11). A partir desta semana, a ideia é criar o “Sextou com Lula”, para estimular a militância a ocupar estações de metrô, bairros e ruas.
Os partidos também decidiram criar uma ação mensal nas redes sociais. A ideia é todo dia 13, número do PT, promover tuitaços e estimular a militância a fazer publicações favoráveis a Lula.
Nessa reunião, também foi discutida a criação de campanhas pela paz em articulação com organizações da sociedade civil.
Por Guilherme Seto