Arthur Weintraub, alvo de CPI por ‘gabinete paralelo’, e ex-ministro dizem que contraíram ‘cepa agressiva’ da Covid
Ex-assessor da Presidência passou a ser alvo por ser apontado como idealizador do grupo de aconselhamento paralelo ao Ministério da Saúde
O ex-assessor da Presidência Arthur Weintraub e o irmão dele, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, postaram vídeo em suas rede sociais para divulgar que contraíram “uma cepa agressiva” da Covid-19 e tiveram o pulmão comprometido.
Atualmente os irmãos moram nos Estados Unidos, mas Arthur passou a ser alvo da CPI da Covid-19 por ser apontado como o idealizador do “gabinete paralelo”, investigado pela comissão parlamentar como um grupo de aconselhamento paralelo ao Ministério da Saúde na definição de ações de combate ao vírus.
A convocação de Arthur já foi aprovada pela CPI, mas a data não foi definida, já que o ex-assessor reside em território americano. Ele foi indicado a um cargo na OEA (Organização dos Estados Americanos) pelo governo Bolsonaro.
Ao lado do irmão, o ex-ministro da Educação inicia o vídeo dizendo que eles foram afetados por uma variante do vírus mais violenta que a inicialmente encontrada pelos médicos, sem especificar qual. “Basicamente, a gente pegou Covid, uma cepa bem agressiva, não foi a normal. Aparentemente foi essa nova e inclusive o Arthur, eu, as nossas esposas, inclusive as crianças pegaram. Eu e o Arthur fomos os casos mais graves pelo perfil da doença, homem adulto. Tivemos o pulmão comprometido”, afirmou Abraham.
Segundo Arthur, os irmãos estavam se preparando para tomar a vacina da Pfizer, mas tiveram que desistir em razão do aparecimento dos sintomas da doença.
“A gente estava vendo qual era a vacina que ia tomar. A gente tinha decidido pela Pfizer, que é a que mais se toma aqui nos Estados Unidos. No começo do mês passado, quando fui tomar, começaram aqueles sintomas. Não achei que fosse Covid, de início estava mais tranquilo, era uma febre alta. Quando vi, não tomei, não se pode tomar a vacina com o risco de estar com a Covid. Isso foi no dia 12 de maio. E a gente, enfim, não pôde tomar e ficamos com a doença”, disse. “A gente está se recuperando ainda, não está 100%”, completou o ex-assessor da Presidência.
Na quinta-feira (3), reportagem da Folha mostrou como lives de aliados de Bolsonaro detalharam a suposta atuação do “gabinete paralelo” que assessora o governo federal no combate à pandemia da Covid-19.
Detalhes da concepção e funcionamento desta estrutura, à margem do Ministério da Saúde, são descritos em duas lives realizadas entre Weintraub e o anestesista Luciano Dias Azevedo, um dos médicos mais influentes entre defensores do chamado “tratamento precoce” contra a Covid.