Após prata de Rayssa, Bolsonaro defende menos imposto para skate e ironiza quem pede menos taxação de arroz e feijão – Mais Brasília
FolhaPress

Após prata de Rayssa, Bolsonaro defende menos imposto para skate e ironiza quem pede menos taxação de arroz e feijão

"Parabenizo a jovem Rayssa Leal, orgulho para nós brasileiros", diz Bolsonaro

RENATO MACHADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro aproveitou a medalha de prata de Rayssa Leal nas Olimpíadas de Tóquio para lembrar que baixou o imposto para a importação de skate e também, por outro lado, ironizou quem o criticou na época por ter baixado a taxação do equipamentos esportivo e não de alimentos, como arroz e feijão.

“Teve uma menina agora que teve medalha de prata no skate, né? Em 1º de junho, se não me engano, eu zerei, zerei não, eu passei de 20% para 2% o imposto de importação do skate. Ela não ganhou por causa disso. Mas eu passei para 2% exatamente para estimular a garotada a usar o skate. É esporte”, disse Bolsonaro para apoiadores ao chegar no Palácio do Alvorada na noite desta segunda-feira (26).

“Apanhei também. [Disseram que eu] deveria ter baixado o imposto do feijão, do arroz e não do skate. O tempo todo [me atacam]”, completou em tom de ironia.

Rayssa, a fadinha, de 13 anos, tornou-se na madrugada desta segunda-feira (horário de Brasília) a brasileira mais jovem da história a ganhar uma medalha em Olimpíadas.

Pouco depois de falar da “menina”, sem citar o seu nome, o presidente usou suas redes sociais para parabenizar oficialmente a atleta do skate street feminino. E novamente mencionou sua decisão de baixar o imposto para importação dos skates.

“Por ter sido incluído nas Olimpíadas reduzi, em 20 de abril último, o imposto de importação dos skates de 20% para 2%. Parabenizo a jovem Rayssa Leal pela medalha de prata, orgulho para todos nós brasileiros”, escreveu o presidente.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo neste domingo (25) mostrou que a combinação de desemprego e alta da inflação vem afetando o cardápio dos brasileiros mais pobres. Essa camada da população se vê na necessidade de abandonar o arroz e feijão, substituindo por produtos mais baratos.

Saem óleo de soja, feijão e carne; entram banha de porco, lentilha e ovo. Até mesmo o preparo da alimentação foi afetado. Com o botijão de gás a mais de R$ 100 em algumas cidades, muitas famílias trocaram o fogão por lenha e carvão.

Enquanto numa ponta os preços sobem, na outra a renda cai. Além da redução do valor do auxílio emergencial, a taxa de desemprego atingiu o patamar recorde de 14,7% no trimestre encerrado em abril.

Bolsonaro também comentou o preço do gás, mas afirmou que o governo federal tem responsabilidade “zero” pelos altos valores cobrados.
“[Dizem]’Preço do gás está alto, a culpa é do Bolsonaro’. O gás custa R$ 45. Imposto federal zero. [Vai] Cobrar do governador o ICMS, cobra do preço do frete, do cara que está tendo margem de lucro para revender na frente. Estão cobrando do cara errado”, disse.

Bolsonaro também aproveitou para atacar o governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
“Agora o governador de São Paulo aumentou o ICMS de quase tudo no ano passado e ninguém falou nada, disse, antes de também relembrar o preço da gasolina, novamente atribuindo a responsabilidade para governadores
“A média da gasolina é R$ 1,85 na refinaria. O cara vai buscar às vezes alguns quilômetros embaixo da terra, refina e bota no posto. E quem não faz nada cobra mais do valor da gasolina só de ICMS”, completou.