Aos 81 anos, Suplicy é o mais votado para deputado estadual em SP
A votação expressiva de Suplicy ajudou o PT a obter mais assentos na Alesp
Eduardo Suplicy (PT) foi o candidato mais votado para deputado estadual em São Paulo nas eleições de 2022. Com 99,86% das urnas apuradas, ele somava 806.469 votos. Com esta vitória, ele voltará a ocupar o primeiro cargo que teve em sua carreira política.
A votação expressiva de Suplicy ajudou o PT a obter mais assentos na Alesp. Segundo projeção do TRE, a federação que inclui PT, PV e PC do B terá 19 vagas. Será a maior bancada da Casa, ao lado da do PL (Partido Liberal), que também deve obter 19 posições.
Suplicy, hoje com 81 anos, foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1978, pelo MDB. Em seguida, ele ajudou a fundar o PT e, em 1982, conquistou uma vaga de deputado federal.
Em 1985, perdeu a disputa para a Prefeitura de São Paulo. Um ano depois, foi derrotado na eleição para o governo do estado. Mas, em 1988, foi o vereador mais votado na capital paulista e, em seguida, eleito presidente da Câmara Municipal.
No entanto, ele ficou pouco tempo como legislador local. Em 1990, foi eleito senador, cargo que ocuparia por três mandatos, até 2014, quando perdeu a reeleição.
Em 2016, foi de novo o vereador mais votado nas eleições paulistanas, com 301 mil votos. Mas, em 2018, voltou a perder eleição para o Senado. Em 2020, foi reeleito vereador de novo como o mais votado, mas teve 167 mil preferências.
À reportagem, o petista agradeceu todo o apoio que recebeu durante a campanha que, segundo ele, foi a mais modesta que fez. Ele também destacou que agora deve se empenhar nas campanhas do PT no segundo turno para presidente da República e governador de São Paulo.
“Fico muito alegre, mas agora devo acompanhar Lula e Haddad em suas campanhas, é muito importante demonstrar todo o meu apoio. Elegê-los é seguir com o meu projeto de vida, a renda básica universal. É esse projeto que guia minha vida na política, por ele estou nela até hoje.”
Eduardo Matarazzo Suplicy nasceu em São Paulo, em 1941. Estudou administração de empresas na FGV, nos anos 1960, onde depois seria professor, e fez mestrado e doutorado em economia nos Estados Unidos.
No fim dos anos 1970, ele escrevia uma coluna de economia na Folha de S.Paulo. Na eleição de 1978, teve 78 mil votos. Seu partido na época, o MDB, fazia oposição ao regime militar. Como deputado estadual, defendeu investigações sobre o paradeiro de presos políticos e a realização de eleições diretas para presidente.
O petista defende, há décadas, a criação de uma renda básica de cidadania, a ser dada pelo governo a todos os cidadãos. Em junho deste ano, ele teve um atrito com a campanha de Lula, ao fazer uma cobrança pública pela inclusão de suas propostas no futuro plano de governo, durante um ato partidário.
Suplicy queixou-se publicamente de que Aloizio Mercadante, coordenador do programa de governo de Lula, não havia considerado a renda básica de cidadania. O ex-ministro respondeu que Suplicy cometia uma injustiça e que já havia um trecho sobre a proposta no texto. Dias depois, Suplicy disse que fez as pazes com a campanha e que considerou que sua proposta será incluída em um eventual terceiro governo Lula.
Por Rafael Balago e Bruno Lucca