Paciente afirma que Prevent receitou tratamento paliativo com base em prontuário de outra pessoa
Médicos passaram morfina para aliviar o sofrimento até sua morte
Em depoimento à CPI da Covid, o advogado Tadeu Frederico Andrade afirmou que os médicos da operadora Prevent Senior prescreveram o tratamento paliativo, com base em morfina para aliviar o sofrimento até sua morte, com base no prontuário de outra pessoa.
O paciente afirmou que os médicos voltaram atrás após ameaças de sua família de que ingressaria com ação na justiça e denunciaria o caso à imprensa. Ele sobreviveu à doença.
Andrade argumenta que o prontuário usado como base para receitar o tratamento paliativo levava em conta comorbidades, que ele não tem. E aponta que o documento se referia à outra pessoa.
“Nessa reunião, eles convencem, tentam convencer a minha família de que, pelo prontuário na mão, que eu tinha marcapasso, que eu tinha sérias comorbidades arteriais e que, enfim, eu tinha uma idade muito avançada. Só que esse prontuário não era meu, era de uma senhora de 75 anos. Eu não tenho marcapasso, a única coisa que eu tenho hoje é pressão alta, sempre tive pressão alta”, afirmou.
A Prevent Senior divulgou uma nota nesta quinta-feira (7/10) na qual nega que tenha iniciado o tratamento paliativo a Tadeu Frederico Andrade sem autorização da família.
“Já tornado público via imprensa, o prontuário do paciente é taxativo: uma médica sugeriu, dada a piora do paciente, a adoção de cuidados paliativos. Conversou com uma de suas filhas por volta de meio-dia do dia 30 de janeiro. No entanto, ele não foi iniciado, por discordância da família, diferentemente do que o enhor. Tadeu afirmou à CPI”, afirma o texto.
“Frise-se: a médica fez uma sugestão, não determinação. O paciente recebeu e continua recebendo todo o suporte necessário para superar a doença e sequelas”, conclui a nota.
Por Renato Machado