Disputa nacional impulsiona petistas e bolsonaristas para governo dos estados – Mais Brasília
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Disputa nacional impulsiona petistas e bolsonaristas para governo dos estados

O fenômeno foi simbólico

Foto: montagem/Agência Brasil

A polarizada disputa nacional entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) impulsionou de última hora candidatos dos presidenciáveis nas eleições para governador pelo país, e os dois partidos irão se enfrentar no segundo turno também em um dos estados.

O fenômeno foi simbólico, por exemplo, em dois dos principais colégios eleitorais do país, onde os nomes bolsonaristas tiveram desempenho bem acima do projetado nas pesquisas.

O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), se reelegeu em primeiro turno com 58% dos votos válidos, batendo Marcelo Freixo (PSB), apoiado por Lula. Em São Paulo, o bolsonarista Tarcísio de Freitas, do Republicanos, chegou na frente e irá disputar a segunda rodada contra o petista Fernando Haddad.

Situação parecida ocorreu no Rio Grande do Sul, onde Onyx Lorenzoni (PL), ex-ministro de Bolsonaro e seu aliado de primeira hora em 2018, vai disputar o segundo turno, após superar Eduardo Leite (PSDB), aliado no plano nacional da emedebista Simone Tebet e que era líder nas sondagens ao longo da campanha.

Uma das maiores surpresas das eleições estaduais ocorreu em Mato Grosso do Sul, com a votação do candidato Capitão Contar, do nanico PRTB.

Sem alianças, ele foi empurrado nas vésperas do primeiro turno por declaração de apoio do presidente Bolsonaro em pleno debate nacional da TV Globo, promovido na quinta-feira (29). O presidente endossou a candidatura na ocasião apesar de seu partido, o PL, estar formalmente coligado com um tucano, Eduardo Riedel. Contar foi o mais votado e disputará a segunda rodada contra o representante do PSDB.

O efeito da corrida presidencial sobre os estados não ocorreu apenas sob os aliados do atual presidente, mas também sobre a performance do PT pelo país.

Um caso exemplar foi o de Santa Catarina, estado que tinha cenário bastante embolado na definição das vagas no segundo turno. Embora a política catarinense tenha se consolidado como bastião antipetista na década passada, o PT conseguiu arrancar para a segunda rodada da disputa, com o candidato petista Décio Lima eliminando o atual governador, Carlos Moisés (Republicanos), que acabou em terceiro lugar.

No estado, Lula teve quase 30% dos votos válidos. O mais votado para governador na primeira rodada foi Jorginho Mello, do PL, aliado do presidente Bolsonaro, com 39%.

Na Bahia, o candidato do PT, Jerônimo Rodrigues, que já mostrava sinal de alta nas pesquisas das últimas semanas, superou o favorito ACM Neto, da União Brasil, com quem disputará o segundo turno. O PT defende uma hegemonia local que vem desde 2006.

Outra vitória não muito prevista de petistas ocorreu no Ceará, onde Elmano de Freitas superou outros dois grupos políticos de força: o bolsonarismo de Capitão Wagner, da União Brasil, e os irmãos Ciro e Cid Gomes, que haviam lançado o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio, do PDT.

O PT ainda manteve seu domínio em outros dois estados nordestinos, Piauí e Rio Grande do Norte.

No DF, um aliado do PT por pouco não complica eleição que parecia garantida a um aliado de Bolsonaro. O candidato à reeleição Ibaneis Rocha, do MDB, liquidou a disputa em primeiro turno por vantagem mínima sobre um candidato do PV, partido que formou federação com petistas. O candidato verde, Leandro Grass, fez 26,5%.

Por Felipe Bachtold