Moro chama de gafe verbal comentário de Kim sobre partido nazista
A fala de Kataguiri aconteceu em entrevista ao Flow Podcast na segunda-feira (7/2)
O pré-candidato a presidente Sergio Moro (Podemos) classificou os comentários de Kim Kataguiri (DEM-SP) contra a criminalização do nazismo na Alemanha, como erro brutal e gafe verbal.
“Ele tem um histórico como parlamentar. Não vamos apagar esse histórico porque ele cometeu esse erro brutal. Mas não reflete o que ele pensa, foi uma gafe verbal”, afirmou Moro em entrevista a jornalistas da TV Meio Norte.
Sergio Moro ainda destacou que o deputado federal -que é um de seus principais aliados na corrida presidencial- pediu desculpas sobre os comentários. Disse ainda que não pode responder pela fala de outras pessoas e reafirmou que o nazismo deve ser repudiado.
“A questão do deputado Kim, isso tem que perguntar para ele. Ele já pediu desculpas. Eu acho que ele se equivocou profundamente em relação a essa fala e ele já pediu as escusas, pediu as desculpas a todas as pessoas, como tem que ser”, disse o presidenciável.
Questionado por uma jornalista se Kataguiri havia cometido um crime ou uma gafe, Moro voltou a classificar o episódio como um erro brutal e disse que o nazismo é um crime abominável.
“Eu deixei muito claro minha posição a esse tema. Nazismo é um erro. É um erro não, é um crime abominável. É uma ofensa contra o povo judeu e à humanidade”, disse.
A fala de Kataguiri aconteceu em entrevista ao Flow Podcast na segunda-feira (7/2). Na ocasião, o apresentador Monark defendeu o direito de existência de um partido nazista -ele acabou desligado do canal. A deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) rebateu e questinou se Kim achava errado a Alemanha ter criminalizado o nazismo. O deputado respondeu que sim.
Diferentes grupos políticos na Câmara dos Deputados decidiram representar no Conselho de Ética contra o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP) por ele ter afirmado, no Flow Podcast, que nazismo não deveria ser considerado crime no Brasil.
Na quarta-feira (9), Kataguiri (DEM-SP) se desculpou por sua fala no Flow Podcast: “Eu errei. Eu disse algo que ofende a comunidade judaica. Que faz com que ela se sinta ameaçada”, disse em uma transmissão na internet ao lado do deputado estadual Heni Ozi Cukier (Novo-SP).
Moro encerrou nesta quinta-feira (10/2) um périplo pelos estados do Ceará e Piauí. Esta é a segunda visita de Moro ao Nordeste neste ano. Em janeiro, ele esteve na Paraíba, onde iniciou sua articulação para a montagem de palanques e busca aliados para a sua campanha presidencial neste ano.
Entre seus aliados, estão parlamentares que se elegeram em 2018 na onda bolsonarista, mas romperam ou se afastaram o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao longo da atual legislatura.
Na segunda-feira (7/2), ele lançou uma carta na qual defende a atual lei que restringe as situações em que o aborto é permitido e promete manter a imunidade tributária das igrejas.
O ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL) fez críticas ao governo, comparando a uma biruta de aeroporto que muda de posição conforme o vento. Também foi alvo de um protesto solitário de um bolsonarista que o chamou de traidor e gritou o nome do presidente.
Moro voltou a mirar ex-presidente Lula (PT), seu potencial adversário nas eleições de outubro, e criticou o discurso do petista.
“Quando você ouve, por exemplo, o Lula, parece que dia 1º de janeiro de 2023 vai começar a chover picanha e jorrar cerveja da torneira […] Olha, se chover picanha, só vai chover picanha se for na casa dos membros do PT, porque não vai chover picanha para a população”, afirmou.
Por João Pedro Pitombo