Deputado evangélico ligado a Alcolumbre sinaliza acordo após jantar de apoio a Mendonça
“O ambiente está propício para um acordo”, disse o deputado
O deputado federal Pedro Da Lua (PSC-AP) foi a um jantar de apoio à candidatura de André Mendonça ao STF (Supremo Tribunal Federal). Da Lua é ligado ao senador David Alcolumbre (DEM-AP), hoje a principal pedra no caminho do ex-advogado-geral da União rumo à corte.
Indicado por Bolsonaro, Mendonça precisa ser sabatinado na CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) do Senado, que tem sua pauta definida por Alcolumbre, presidente da comissão, e ter seu nome aprovado no plenário da Casa para chegar à Corte.
Alcolumbre, no entanto, tem se negado a marcar uma data para a sabatina.
A presença do deputado no jantar, no entanto, está sendo vista como a abertura de um canal de pacificação e de solução do impasse. Segundo a reportagem apurou, Alcolumbre deve anunciar até o fim da semana uma data para que André Mendonça seja enfim sabatinado.
Da Lua, que também é evangélico, diz inclusive que consultou o senador antes de confirmar presença no evento de apoio. E teve o aval dele para ir ao jantar.
“O ambiente está propício para um acordo”, diz ele, afirmando que os ânimos, de parte a parte, estão serenados depois que pastores como Silas Malafaia fizeram fortes ataques ao senador -mas agora silenciaram.
“Eu sou um liderado de Alcolumbre. Comuniquei a ele que fui convidado [para o encontro de apoio]. E ele me disse que seria muito bom eu ir, para ouvir [o que Mendonça e os deputados tinham a dizer]”, afirma Da Lua.
Segundo ele, Mendonça não sabia que havia um deputado ligado a Alcolumbre no jantar. E, mesmo assim, não atacou o senador. “Pelo contrário. Ele falou em entendimento”, afirma.
Da Lua pretende fazer o meio de campo entre o senador e o candidato a ministro. E diz estar otimista. “Vamos virar essa página”, afirma.
Ele revela que os parlamentares pediram que Alcolumbre pautasse a sabatina para a próxima terça (30), em que se comemora o Dia do Evangélico. Em contrapartida, evangélicos como Malafaia, que atacaram o senador, fariam um vídeo para elogiar o agendamento da sabatina.
Por Mônica Bergamo