Suspeito de homicídio, brasileiro que levava carne na mala ficará preso em Portugal até extradição para Holanda
Em áudio enviados à família, jovem disse que agiu em legítima defesa ao ser atacado pelo amigo
A Justiça portuguesa decidiu na tarde de quarta-feira (1°) pela manutenção da prisão preventiva de Fernandes até que a Holanda emita um mandato europeu, segundo informou o jornal português Correio da Manhã.
Begoliã Fernandes foi detido no aeroporto de Lisboa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras após apresentar um visto de residência italiano falso para tentar embarcar em direção ao Brasil. Fernandes era procurado pela polícia holandesa como suspeito de ter assassinado o brasileiro Alan Lopes, de 21 anos, em Amsterdã.
VÍDEOS DE CANIBALISMO E CARNE ENCONTRADA NA MALA
No momento de sua prisão, Fernandes tinha a mão direita machucada. Dentro de sua mala, as autoridades portuguesas encontraram uma embalagem de plástico contendo diversos pedaços de carne e roupas com marcas de sangue, que foram enviadas para análise da Polícia Científica.
As análises do Instituto Médico Legal, segundo reportagem do Correio da Manhã, indicam que a carne é de origem humana, mas que não seria de Alan Lopes, morto no último dia 26.
Horas depois do crime, Fernandes teria enviado áudios a sua família e a amigos assumindo o assassinato. Nas mensagens, Fernandes teria dito que tentava se defender de Lopes, que era açougueiro e teria dito ser canibal.
MÃE ACONSELHOU FILHO A FUGIR PARA O BRASIL
Em entrevista ao canal de televisão português SIC, a mãe de Begoliã, Carla Pimentel, que mora em Minas Gerais, confirmou a versão da legítima defesa. Segundo ela, o filho estava na casa da vítima que, durante o jantar, lhe ofereceu carne humana, além de ter mostrado vídeos sobre canibalismo. Em seguida, Alan Lopes teria tentado matar Begoliã, que reagiu.
Ainda de acordo com Carla Pimentel, a carne encontrada na bagagem do filho teria sido a mesma oferecida por Lopes durante o jantar e que Begoliã tinha recolhido os restos para usar como provas que seriam entregues à polícia.
Ela afirma ter orientado Begoliã a voltar rapidamente para o Brasil e contratar um advogado. Mas o filho foi detido na hora do embarque em Portugal.