‘Será pior do que tudo que vimos até agora’, afirma Merkel sobre Covid na Alemanha
Segundo a chanceler, as atuais restrições no país "não são suficientes diante da situação dramática"
A chanceler alemã, Angela Merkel, advertiu hoje que, com a atual evolução, os recordes diários de casos e a baixa vacinação, a situação da Covid-19 “será pior do que tudo o que vimos até agora”. Segundo uma fonte, Merkel fez a afirmação durante um encontro de dirigentes de seu partido, a conservadora União Democrata Cristã (CDU).
Segundo a chanceler, as atuais restrições no país “não são suficientes diante da situação dramática” provocada pelo surto de infecções de Covid-19 e defendeu restrições mais rígidas para tentar conter o avanço do vírus.
Merkel esclareceu no encontro que a situação é “altamente dramática” e comunicou que em pouco tempo os hospitais estarão sobrecarregados de infectados pela doença, caso não haja medidas rígidas para conter a Covid-19 no território, informou a Bloomberg.
A chanceler disse ainda que muitos cidadãos parecem não ter entendido a gravidade do aumento da doença pelo país e ponderou que apenas a vacinação não é o suficiente para impedir a situação atual.
No encontro, Merkel solicitou aos 16 estados do país – que têm autonomia para determinar as políticas de combate à doença – para definirem medidas mais duras contra o novo coronavírus ainda esta semana.
Apesar das tentativas anteriores, o país não conseguiu elevar a taxa de vacinados para além de 68% da população.
Infecções e mortes
A taxa de incidência de casos de coronavírus de sete dias na Alemanha subiu ontem para o ponto mais alto desde que a pandemia começou pelo 14° dia consecutivo, atingindo 372,7 no país todo. Em algumas regiões, hospitais já informaram que suas UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) estão lotadas.
No geral, 5,35 milhões de infecções por coronavírus foram notificadas na Alemanha desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020. O país já registrou 99.062 mortes em decorrência da doença.
Teremos mais mortes, diz ministro da Saúde
O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, declarou hoje que as pessoas que não se vacinaram contra a Covid-19 devem pegar o vírus nos próximos meses e algumas morrerão em decorrência da doença.
Em entrevista coletiva, Spahn declarou que o final do inverno europeu “quase todo mundo na Alemanha provavelmente estará vacinado, recuperado ou morto” e reconheceu que algumas pessoas podem achar a declaração exagerada. “A imunidade [da população] será alcançada (…) A questão é se é por vacinação ou infecção, e recomendamos empaticamente o caminho por meio da vacinação”, advertiu o ministro.
País debate vacinação compulsória
Políticos alemães estão debatendo a possibilidade de tornar a vacinação contra a Covid-19 obrigatória, considerando o aumento de novos casos e baixa taxa de imunização.
Vários membros do partido conservador da chanceler Angela Merkel disseram ontem que os governos federal e estaduais deveriam introduzir a vacinação obrigatória em breve, já que outros esforços para elevar a taxa de vacinados para além de 68% da população falharam.
“Chegamos num ponto em que devemos dizer claramente que precisamos de uma vacinação obrigatória e um lockdown para os não vacinados”, escreveu Tilman Kuban, líder da ala jovem do partido de Merkel no jornal Die Welt.
O ministro da Educação, pastor Milton Ribeiro, disse neste domingo (21/11), após o primeiro dia de prova do Enem, que o conteúdo do exame mostra que não houve interferência ideológica nas questões. Mas argumentou que alguns dos itens talvez não entrassem na prova caso ele pudesse decidir sobre isso.
“Se tivesse nossa interferência, hipoteticamente, poderia ser que algumas perguntas nem estivessem ali”, disse Ribeiro durante entrevista à imprensa com um balanço sobre a aplicação. Questionado, ele não quis detalhar quais seriam esses itens.
As provas de linguagens e ciências humanas, feitas pelos participantes neste domingo, abordaram questões sobre minorias, como população indígena, população carcerária e desigualdade de gênero. O exame teve questões com a música “Admirável Gado Novo”, do cantor Zé Ramalho.
Apesar de insistir que não houve qualquer tipo de pressão para alterar a prova, o ministro já repetiu em várias oportunidades que não permitiria questões consideradas inadequadas e prometeu que olharia a prova pessoalmente –depois, recuou.
A equipe de Ribeiro também tentou criar uma espécie de tribunal ideológico do Enem, com uma comissão de análise das questões, como a Folha revelou. O governo engavetou a iniciativa após má repercussão. Bolsonaro e apoiadores fazem críticas recorrentes ao exame sob o argumento de que há questões com temas de esquerda.
Ribeiro também elogiou o tema da redação, “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil’. “Mesmo com essa pauta de que a esquerda se diz a grande protetora, foi nosso governo que descobriu a existência desses invisíveis”, disse o ministro.