Navio com 16 mil animais é abandonado na Austrália após ameaça de ataque
Os animais presos no navio enfrentam calor e altas temperaturas, o que provocou protestos de entidades de proteção animal
Um navio que transportava cerca de 14 mil ovelhas e 2 mil bovinos foi abandonado na costa australiana após ameaças de uma milícia do Iêmen.
O cargueiro Bahijah, de bandeira das Ilhas Marshal, teve que interromper uma viagem pelo Mar Vermelho após sofrer ameaças da milícia Houthi, do Iêmen. Recentemente, dois ataques a navios no Mar Vermelho, a principal rota marítima entre a Europa e a Ásia, perturbaram o comércio global.
A embarcação saiu do porto de Freemantle, na Austrália, no dia 5, em direção ao Oriente Médio. Porém, mudou de curso e foi abandonado no caminho, no porto de Kwinana, também na Austrália, segundo apurou o jornal australiano The Leader.
Os animais presos no navio enfrentam calor e altas temperaturas, o que provocou protestos de entidades de proteção animal. As organizações também criticam a indústria de exportação de animais vivos da Austrália, que envia centenas de milhares de ovelhas e bois para o Oriente Médio todos os anos.
Esses animais já passaram 24 dias no mar, em potencial estresse térmico, sem ventilação, permanecendo por conta própria. Eles estão extremamente estressados. Rebecca Tapp, da organização Stop Live Exports.
Após quase um mês no mar, alguns animais poderão ser descarregados, e outros exportados novamente. Se descarregados, terão que ficar 40 dias em quarentena, segundo as regras de biossegurança do país. Se enviados de volta ao mar, enfrentarão mais de 30 dias de viagem até Israel, contornando a África, para evitar o Mar Vermelho, segundo as autoridades da indústria e o governo.
O Departamento de Agricultura, Pesca e Florestas da Austrália informou que o veterinário do exportador, a bordo no navio, está monitorando o gado e prestando informações. “Todos os relatórios até o momento indicam não haver sinais de quaisquer problemas significativos de saúde ou bem-estar com o gado a bordo”, disse um porta-voz.