Johnson & Johnson terá que pagar R$ 10 bi em indenização por casos de câncer associados a talco
Suprema Corte dos EUA manteve o veredicto no processo de quase uma década sobre o produto
A Johnson & Johnson terá de pagar uma indenização multimilionária de US$ 2,1 bilhões (equivalente a R$ 10,60 bi) determinada por um júri devido ao uso de amianto em seus produtos de talco (inclusive o talco para bebê), o que foi associado à incidência de câncer de ovário em mais de 20 mulheres.
A decisão saiu depois que a Suprema Corte dos EUA manteve o veredicto no processo de quase uma década sobre o produto.
O principal tribunal americano se recusou a considerar as objeções da J&J à conclusão de um júri de St. Louis em 2018.
Os jurados no caso de St. Louis concederam a cada mulher US$ 25 milhões em danos compensatórios. O painel então acrescentou mais de US$ 4 bilhões em danos punitivos, tornando a indenização a sexta maior na história jurídica dos EUA.
De acordo com o tribunal do Missouri, que condenou a gigante dos cosméticos, a empresa vendeu “com conhecimento de causa produtos que continham amianto aos consumidores”.
As mulheres com câncer que processaram a multinacional (com sede em Nova Jersey) foram representadas por Kenneth Starr, que enfatizou em sua petição que a Suprema Corte rejeitasse a revisão da condenação, alegando que a Johnson & Johnson “sabia há décadas que seus talcos continham amianto, uma substância altamente cancerígena”.
“Poderiam ter protegido os consumidores trocando o talco por um derivado de milho, como os próprios cientistas da empresa propuseram em 1973. Mas o talco era mais barato e os diretores não quiseram sacrificar os lucros por um produto mais seguro”, escreveu Starr.
A J&J retirou o produto das prateleiras dos EUA e Canadá no ano passado.