Hotel do Bob Esponja, no México, mira brasileiros com piscina no quarto e parque aquático – Mais Brasília
FolhaPress

Hotel do Bob Esponja, no México, mira brasileiros com piscina no quarto e parque aquático

Situado entre Cancún e Playa del Carmen, na chamada Riviera Maia, no estado de Quintana Roo, o resort está a meia hora do aeroporto

Foto: Divulgação

Com banho de slime e outras brincadeiras, Bob Esponja, seu amigo Patrick, Dora Aventureira e a Patrulha Canina dão as boas-vindas aos hóspedes do Nickelodeon Hotels & Resorts Riviera Maya.

A unidade mexicana do complexo temático (a outra está em Punta Cana, na República Dominicana), que estava em funcionamento desde agosto de 2021 sob esquema de soft opening (pré-abertura), foi oficialmente inaugurada no fim de março deste ano.

Situado entre Cancún e Playa del Carmen, na chamada Riviera Maia, no estado de Quintana Roo, o resort está a meia hora do aeroporto, em uma área de mangue. Segundo a Karisma, que opera o empreendimento, 85% do terreno foi preservado. “Não queremos virar uma nova Cancún”, disse Marilyn Cairo, representante da rede americana.

O Nickelodeon funciona no sistema all inclusive (comida e bebidas alcoólicas à vontade), como boa parte da rede hoteleira do Caribe mexicano. São seis restaurantes, três bares e serviço de quarto 24 horas para dar conta dos 280 apartamentos, todos eles com piscina e com vista para o mar.

O complexo é dividido em três partes: 1) lobby principal; 2) parque aquático, que fica ao lado; e 3) edifício de apartamentos, a cerca de um quilômetro de distância e onde também está a maioria dos restaurantes e bares. Vans e carrinhos de golfe transportam os hóspedes -é mais fácil ver um lagarto no caminho do que um turista se deslocando a pé.

A dependência de transporte interno traz um certo incômodo, principalmente de segunda a quinta, quando o café da manhã é servido apenas no restaurante do lobby. Não há grande tempo de espera, mas ter de se deslocar é um “trabalho” que poderia ser dispensável para quem só quer relaxar.

A piscina do quarto, de borda infinita e um dos diferenciais do resort, não é exatamente privativa. O acesso a ela se dá por meio da sacada do apartamento, e o espaço é dividido com um par de suítes -no caso dos andares superiores. No térreo, os quartos dão de frente para a piscina maior, a principal do resort.

Sem grandes frescuras, os quartos são confortáveis e espaçosos. Almofadas e quadros do Bob Esponja e companhia traduzem a atmosfera de um complexo temático. Os dois banheiros facilitam a vida das famílias maiores.

(Este jornalista viajou com uma assistente, sua filha de nove anos, que fez bom uso da banheira e fugiu da piscina -que não é aquecida.)

Em um desafio à imagem estereotipada do Caribe, o mar não é convidativo ao banho -ao menos não era durante a visita da reportagem. Há muito sargaço (uma espécie de alga), e funcionários tentam inutilmente limpar a areia.

Nos restaurantes, frutos do mar, comida mexicana e, claro, muito hambúrguer, para atender à criançada e os americanos -às vezes a impressão é de se estar na Flórida. Os shows e as atrações no estilo Disney são majoritariamente em inglês. É possível agendar café da manhã com personagens.

Apesar da predominância americana entre os hóspedes, o Nickelodeon diz que os latino-americanos, principalmente os brasileiros -frequentadores assíduos de Cancún e redondezas-, são parte do público-alvo. Em 2019, último ano pré-pandemia, mais de 180 mil passaram pela região, segundo dados das autoridades regionais.

Certamente não será pelo bolso que os brasileiros serão convencidos a conhecer o resort. Pesquisa no site feita em maio não encontrou diárias para dois adultos e duas crianças por menos de US$ 1.100 (R$ 5.600).

O preço para americanos também está nas etiquetas das lojas de souvenir. Uma pelúcia do Bob Esponja sai por mais de R$ 200. Para fazer valer a tarifa, é preciso aproveitar bem o que talvez seja o grande diferencial do resort: o parque aquático, que tem acesso liberado para todos os hóspedes -a entrada para adultos que não estão no Nickelodeon custa US$ 199 (cerca de R$ 1.000).

O Aqua Nick segue o padrão do gênero, com toboáguas (em um deles, de cápsula, se experimenta a sensação de quase queda livre quando uma portinhola abre sob seus pés) e rio com onda. Mesmo que não goste de escorregar, vale subir na plataforma de 70 metros de altura para uma vista de todo o complexo e o mar.

As crianças se divertem uma vez ao dia com uma chuva de slime (aqui, na verdade, não a meleca, mas um líquido verde).

No parque, bebidas e fast food também estão incluídos. Bangalôs (alguns até com TV) são pagos à parte.

A menos que você seja um grande entusiasta de resorts e não se importe em se limitar ao circuito aeroporto-hotel-aeroporto, vale se programar para conhecer as várias atrações naturais e históricas da região, como Isla Mujeres, a pirâmide de Chichén Itzá, a ilha de Cozumel e Tulum, com suas praias e sítio arqueológico maia, e cenotes (cavernas que abrigam rios subterrâneos). O hotel agenda passeios.

Atenção: certifique-se de que o traslado do aeroporto de Cancún esteja incluído em sua tarifa ou agende a van providenciada pelo hotel (US$ 43 por pessoa, ida e volta). A reportagem pagou por um táxi o equivalente a quase R$ 1.000 (preço oficial) pelo trecho de cerca de 30 quilômetros.

DEPOIMENTO: ‘GOSTEI DO PARQUE AQUÁTICO, NÃO GOSTEI MUITO DOS SHOW’

Estela Cavalini Constantino, 9

“Achei o hotel muito aconchegante. O mar era muito bonito, não dava para nadar, porque havia muitas algas. A comida era boa. Achei que um hambúrguer que eu comi tinha um gosto muito diferente do que você encontra no Brasil. O que eu mais gostei foi o parque aquático com os toboáguas. Não gostei muito dos shows com personagens, pois eles falavam tudo em inglês e espanhol; acho que crianças brasileiras não aproveitariam isso muito também. O quarto era muito confortável e espaçoso. Tem dois banheiros, e a piscina no quarto é muito surpreendente, mas bem gelada. Era chato pegar uma van ou um carrinho de golfe para tomar café, ir ao parque ou fazer check-out. O lugar era bonito. Essa foi a minha percepção.”

Por Jacques Constantino