Furacão Ian chega ao nível 3, atinge Cuba e Flórida já declara emergência

Em furacões de categoria três, a escala prevê que "danos devastadores serão registrados"

O furacão Ian chegou ao nível três e atingiu nesta terça-feira (27/9) o oeste de Cuba, forçando a retirada de moradores, deixando quase 1 milhão de pessoas sem energia e arrancando telhados de casas em províncias do país.

O fenômeno, que agora segue para o norte, em direção à Flórida (EUA), se aproximou da costa norte de Cuba, na província de Pinar del Río, no meio da manhã desta terça (27), com ventos de até 200 quilômetros por hora, informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC).

O furacão atinge Cuba em um momento de grave crise econômica. Mesmo antes da tempestade, apagões que duraram horas se tornaram eventos cotidianos em grande parte do país e a escassez de alimentos, remédios e combustível deve dificultar os esforços das autoridades para recuperar as estruturas danificadas.

A previsão dos meteorologistas é que Ian deve se fortalecer ainda mais ao longo do dia, depois de atravessar uma região agrícola de Cuba a oeste da capital Havana e emergir no sudeste do Golfo do México, atingindo a categoria 4 antes de se aproximar da costa oeste da Flórida.

Chuva e ventos atingiram a capital cubana na manhã desta terça, mas a previsão é de que a região seja poupada dos ventos de até 209 km/h que devem chegar a Tampa, já nos Estados Unidos, a partir de amanhã, acompanhados de chuvas volumosas.

A tempestade pode causar danos devastadores a catastróficos, com alguns locais potencialmente inabitáveis por semanas ou meses, alertou o NHC, pedindo aos moradores de cidades costeiras da Flórida que se desloquem para abrigos seguros antes da chegada da tempestade.

FURACÃO PODE CAUSAR “DANOS DEVASTADORES”
O potencial de risco dos furacões é medido segundo a escala Saffir-Simpson, criada nos anos 1970 por um engenheiro, Herbert Saffir, e um meteorologista, Robert Simpson. A escala divide a força dos furacões em níveis que vão de um a cinco, e inicialmente levava em conta apenas a força dos ventos causados pelo fenômeno.

Mais tarde, Simpson acrescentou mais uma variável na classificação, a “maré de tempestade”, que acontece quando os fortes ventos do furacão, combinados com a baixa pressão atmosférica, elevam a maré acima do nível normal do mar, ocasionalmente provocando enchentes.

Em furacões de categoria três, a escala prevê que “danos devastadores serão registrados”, com destelhamento de casas, queda de árvores e interrupção dos serviços de água e energia por dias ou até semanas, segundo o NHC (Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos). Os ventos nesse grau variam entre 178 e 208 km/h.

Já no nível quatro, em que os ventos vão de 209 a 251 km/h, a expectativa é de “danos catastróficos”, com danos até mesmo na fundação de casas, queda de postes de energia e árvores, e isolamento de áreas residenciais, além de problemas na distribuição de luz e água por semanas ou meses, deixando áreas “inabitáveis”.

No topo da escala, em furacões que registrem ventos de 252 km/h ou mais, estão os fenômenos da categoria cinco, que causam o colapso total de casas e redes de energia e água, também tornando necessária a retirada de moradores das áreas mais afetadas.

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