Ditadura da Venezuela libera opositor Freddy Guevara
Guevara havia sido preso em 12 de julho, quando teve seu carro interceptado em uma estrada perto de Caracas
A ditadura venezuelana colocou em liberdade condicional o ex-parlamentar Freddy Guevara, 35, dirigente do partido de oposição Voluntad Popular e braço direito do líder Juan Guaidó.
Guevara havia sido preso em 12 de julho, quando teve seu carro interceptado em uma estrada perto de Caracas. Com o celular em mãos, ele filmou a própria prisão. Levado ao Helicóide, a prisão destinada a presos políticos, Guevara passou a responder a um processo que o acusa de estar vinculado a “grupos extremistas e paramilitares associados ao governo colombiano”, além de “terrorismo” e “traição à pátria”.
A liberação de Guevara, assim como a de outros presos políticos, era um pedido da oposição para demonstrar boa vontade por parte da ditadura quando, na última sexta-feira (13), teve início a primeira rodada de diálogo entre o regime e a oposição. As conversas ocorrem no México, com a mediação da Noruega, e devem durar 180 dias.
Enquanto a oposição pede eleições presidenciais livres, liberdade aos presos políticos e justiça pelos abusos contra os direitos humanos, a ditadura pede a derrubada das sanções econômicas contra os principais membros da alta cúpula do regime.
“Ainda não sei quais serão as minhas limitações, mas espero poder participar dos diálogos e da construção da paz. Estive isolado e só hoje estou sabendo de tudo o que ocorreu em minha ausência. Quero logo encontrar com meus companheiros de luta”, afirmou Guevara a meios locais depois de sua liberação.
O ex-parlamentar continuará tendo de responder ao processo, mas em liberdade. Segundo a Bloomberg, teria sido parte da negociação que Guevara substituísse Carlos Vecchio, embaixador de Guaidó nos EUA, nesse posto. O regime de Nicolás Maduro teria exigido a saída de Vecchio e oferecido a liberdade de Guevara em troca.
O ex-parlamentar já havia sigo acusado no passado de “incentivar a violência”, nos protestos contra a instalação da Assembleia Nacional Constituinte, em 2017. Para evitar a prisão, refugiou-se na embaixada do Chile em Caracas, onde permaneceu por três anos, até ser indultado em 2020.
Por Sylvia Colombo