Cocaína adulterada que matou 24 na Argentina tinha anestésico de elefante, diz jornal
O resultado da análise foi divulgado nesta quinta-feira (10) pelo jornal Clarín
O carfentanil, opioide geralmente usado para anestesiar elefantes, foi detectado pela perícia realizada em amostras de cocaína apreendidas nas comunidades de onde a polícia acredita ter saído a droga que matou ao menos 24 pessoas na Argentina, na semana passada.
O resultado da análise foi divulgado nesta quinta-feira (10) pelo jornal Clarín, que teve acesso ao relatório da Procuradoria de Munro, na província de Buenos Aires, e do laboratório da Polícia Científica de Buenos Aires.
Até os resultados serem divulgados, autoridades e especialistas tinham como principal hipótese para a contaminação o fentanil, também um opioide, mas muito mais fraco que o carfentanil.
“O resultado dos dois estudos periciais independentes […] chegaram à conclusão de que a substância encontrada em diversas amostras é carfentanil, opioide extremamente forte, cujos efeitos são 10 mil vezes mais fortes, ou ainda mais, que a heroína ou o fentanil”, disse a Procuradoria.
Ao menos 24 pessoas morreram e dezenas foram internadas na semana passada após o consumo da cocaína adulterada na província de Buenos Aires, com dificuldades de respirar e ficar de pé, além de convulsões, segundo relatos de familiares.
Os envelopes com o conteúdo rosado eram vendidos a 200 pesos (R$ 10) na localidade de casas simples e inacabadas de Puerto 8, segundo a polícia local. A polícia e os investigadores não descartam que a venda da droga possa ser parte da briga entre quadrilhas de traficantes.