Brasileiro que invadiu Capitólio é condenado a liberdade condicional e serviços comunitários
Eliel Rosa participou do ataque que deixou 5 mortos
O brasileiro Eliel Rosa foi condenado pela Justiça americana por participar da invasão do Capitólio, a sede do Legislativo dos EUA, em 6 de janeiro, junto a apoiadores do então presidente Donald Trump contrários à vitória do democrata Joe Biden na eleição americana. O ataque deixou cinco mortos.
Rosa terá de cumprir um ano em liberdade condicional, pagar multa de US$ 100 (R$ 546) e prestar 100 horas de serviços comunitários, de acordo com a sentença publicada na última terça-feira (12).
Segundo o inquérito do FBI, a polícia federal dos EUA, o brasileiro, morador de Midland, no Texas, decidiu ir a Washington após Trump convocar apoiadores pelo Twitter para participar de uma manifestação naquele 6 de janeiro. Junto com uma amiga, Jenny Cudd –que já chegou a se candidatar à Prefeitura de Midland–, ele comprou passagens aéreas e reservou um quarto num hotel na capital americana.
Após acompanhar o discurso de Trump, a multidão se dirigiu ao prédio do Congresso americano, onde os parlamentares referendavam a vitória de Biden na eleição presidencial. Os manifestantes, que alegavam que a eleição havia sido fraudada, romperam as barreiras de segurança e invadiram o edifício por volta das 14h. De acordo com o relato no processo, Rosa e a amiga entraram no Capitólio às 14h35.
O brasileiro foi fotografado dentro da sede do Legislativo e aparece também em imagens de câmeras de segurança. Segundo a acusação, ele chegou a publicar no Facebook uma foto no local. A amiga dele também realizou uma transmissão ao vivo de dentro do prédio. Eles deixaram o Capitólio após as 14h54.
O inquérito do FBI não aponta que o brasileiro tenha causado alguma depredação ou ato violento no local.
Rosa e Cudd foram indiciados por obstrução de procedimento oficial, ao tentar impedir a nomeação de Biden; entrar e permanecer em prédio restrito sem autorização e conduta desordeira em prédio restrito.
Dois dias depois ele foi interrogado pelo FBI em Midland e chegou a ser preso em 13 de janeiro, quando alegou inocência. Em 29 de julho, porém, confessou ter participado da invasão. A sentença final não incluiu o crime de obstrução de procedimento oficial, que poderia resultar em até 20 anos de prisão.
Segundo a imprensa americana, Rosa tem 53 anos e está nos Estados Unidos desde 2016. Em 2018, ele conseguiu status de asilado político por suposta perseguição após trabalhar na Prefeitura de Curitiba. O brasileiro está na fila para obter um green card e tenta também conseguir cidadania americana.