Aposta de Putin, novo avião de transporte pega fogo, cai e mata 3
A aeronave caiu nesta terça (17/8) em Kubinka, a cerca de 70 km de Moscou
O único protótipo apto a voar do novo avião de transporte russo Iliushin Il-112V caiu nesta terça (17/8) em Kubinka, a cerca de 70 km de Moscou.
A aeronave é a aposta do governo de Vladimir Putin para substituir a frota de cargueiros leves herdados da União Soviética, e estava em fase de testes desde seu primeiro voo, em 2019.
Não se sabe a causa exata do acidente, mas um vídeo que circulou pela internet deixa claro que o problema começou no motor direto do turboélice. Ele pega fogo e ao tentar virar o avião para a direita, os pilotos perdem sustentação e ele cai invertido rumo ao solo.
Os três pilotos de teste, inclusive o lendário Nikolai Kuimov, morreram. Eles se aproximavam do aeroporto de Kubinka, e o avião espatifou-se numa área de floresta densa, gerando uma bola de fogo e fumaça.
O Il-112V é a versão militar de um controverso projeto de avião leve de carga, para transportar 5 toneladas. Em 1994, três anos após o ocaso soviético, a fabricante Iliushin ofereceu ao governo o modelo, que na versão civil pode levar 44 passageiros.
Com baixos investimentos e suspeitas de irregularidades no cumprimento do contrato o avião se arrastou sem nem um protótipo ser construído.
Já sob Putin, em 2010 o governo enfim cancelou o projeto. Três anos depois, ele foi reativado sob novas bases e enfim andou. Três aviões foram construídos e um, o que caiu nesta terça, estava em testes de voo há dois anos.
No mês passado, o vice-premiê Iuri Borisov havia dito em uma entrevista que o programa enfrentava dificuldades técnicas, em especial devido ao peso acima do esperado da fuselagem do avião.
A expectativa era de ver as questões solucionadas até o fim do ano e acelerar a produção, dado o envelhecimento acelerado da frota de cerca de cem Antonov An-26 em operação na Rússia.
O venerando avião é usado em quase 30 países, e foi a base da aviação de transporte regional soviética e russa.
Ele foi desenhado, contudo, pelo escritório Antonov, que na separação da União Soviética ficou na Ucrânia, país com quem a Rússia mantém uma tensa relação.
Assim, a Iliushin, que integra com as fabricantes como a Mikoian-Gurevitch e Sukhoi a holding Corporação Unida de Aeronaves, foi incentivada a se dedicar a projetos que seriam naturais da Antonov.
Por: IGOR GIELOW