Seleção de vôlei masculino termina Olimpíadas sem medalha e sem Wallace
A derrota serviu também para o ponteiro Wallace confirmar sua aposentadoria
Duas semanas atrás, a seleção brasileira de vôlei masculino era apontada como candidata a ocupar o lugar mais alto do pódio nas Olimpíadas de Tóquio. Neste sábado (7), a saga da equipe na Ariake Arena chegou ao fim com um melancólico quarto lugar, após derrota para a Argentina.
A derrota serviu também para o ponteiro Wallace, 35, confirmar sua aposentadoria do selecionado verde-amarelo.
“Sim, estou há 11 anos na seleção e vim [para Tóquio] para ser o meu último [torneio pelo time]. Dei tudo o que podia dar, agora é bola para frente”, afirmou, emocionado. “Eu tenho orgulho de ter feito parte dessa seleção. Fico chateado por não ter saído com essa medalha. Falhamos no jogo, oscilamos.”
O time brasileiro se mostrou muito irregular durante as partidas no Japão. Para piorar, teve pela frente seu mais temido adversário, o Comitê Olímpico Russo, nas semifinais, o que culminou em sua eliminação após uma virada e estar vencendo um set por 20 a 12.
O discurso após a queda para a equipe da Rússia era de lutar pelo bronze como se fosse ouro, mas uma atuação apática contra a Argentina selou o fim da campanha nacional.
“Agora temos que analisar, mas ficamos muito frustrados, porque não conseguimos conquistar bons resultados aqui. A gente veio de um ciclo muito bom, construído com essa garotada. Tivemos títulos, chegando a todas as finais”, afirmou o técnico da seleção, Renan Dal Zotto.
Campeã nos Jogos do Rio de Janeiro, a seleção foi vice-campeã Mundial em 2018, derrotada pela Polônia na decisão, e conquistou a Copa do Mundo de 2019.
Em junho deste ano, o Brasil também sagrou-se campeão da Liga das Nações. Foi o último torneio antes das Olímpiadas e o primeiro entre seleções depois de a temporada de 2020 ter sido suspensa por causa da pandemia de Covid-19.
Em Tóquio, Renan sabe que entregou resultado abaixo do esperado. “Chegando ao Brasil, vamos descansar por uma semana e já nos concentrarmos para o Sul-Americano. Depois disso, tenho que sentar com a CBV e ver os planos”, diz o técnico.
Lucão, 35, diz que só deverá sair de “ambulância” da seleção e não descarta ir aos Jogos de Paris-2024. “Enquanto eu tiver condições, enquanto o treinador me convocar, estarei na seleção.”
Em 2024, Lucão e o capitão Bruninho terão 38 anos. O segundo, porém, não quis falar sobre o futuro. Abatido, o levantador fez uma autocrítica.
“Pesou a nossa inconstância, isso acabou sendo uma tônica na competição. Falo por mim também, pessoalmente, bons momentos e outros não bons. Hoje foi isso também no quarto set, começamos a cometer erros”, falou Bruninho.
A campanha do vôlei masculino em Tóquio é a pior desde Sydney-2000. Foi a segunda vez que o Brasil perdeu a medalha de bronze para a Argentina. Nos Jogos de Seul-1988, Renan estava em quadra como jogador e também saiu derrotado.
“Essa experiência já foi vivenciada em 1988 contra a própria Argentina, e na época encaramos esse jogo de maneira diferente. Hoje posso garantir que houve um empenho nessas últimas 48 horas, de todos”, garantiu o técnico.
Texto: Carlos Petrocilo