Relembre dia a dia como foram as Olimpíadas de Tóquio
O Brasil fez sua melhor campanha em uma única edição dos Jogos
As Olimpíadas de Tóquio chegaram ao seu final neste domingo (8), após mais de um ano de incertezas sobre sua realização, em razão da pandemia da Covid-19, que provocou o adiamento de 2020 para 2021. O Brasil fez sua melhor campanha em uma única edição dos Jogos e terminou na 12ª posição na classificação geral, com inéditas 21 medalhas totais –com 7 ouros, igualando o recorde da Rio-2016. Relembre o que de melhor aconteceu durante o evento no Japão.
Dias 1, 2 e 3 (21, 22 e 23 de julho)
As Olimpíadas começaram oficialmente com a cerimônia de abertura, marcada pelos traços da pandemia, do isolamento e pela pira olímpica acesa por Naomi Osaka. Mas, na verdade, esse já era o terceiro dia de competições. Esportes coletivos, como futebol e softbol, já haviam iniciado suas disputas.
Dia 4 (de 23 para 24 de julho)
No primeiro dia cheio de competições, o Brasil saiu frustrado com a derrota de Nathalie Moellhausen. Ela era candidata à uma inédita medalha para o país, na esgrima. A seleção masculina de vôlei venceu em sua estreia, e o Equador conquistou seu segundo ouro na história das Olimpíadas.
Dia 5 (de 24 para 25 de julho)
A estreia do skate em Olimpíadas deu ao Brasil sua primeira medalha em Tóquio, a prata de Kelvin Hoefler na disputa do street. Mais tarde, Daniel Cargnin, do judô, conseguiu o bronze na categoria até 66 kg. A modalidade foi disputada no lendário Budokan, um templo do esporte no Japão.
Dia 6 (de 25 para 26 de julho)
Mais skate, mais medalha. Se as mais experientes e badaladas Leticia Bufoni e Pâmela Rosa ficaram de fora da final feminina do street, Rayssa Leal, aos 13 anos, tornou-se a mais jovem medalhista do Brasil ao ficar em segundo lugar na decisão.
Dia 7 (de 26 para 27 de julho)
E o primeiro ouro da história do surfe em Olimpíadas veio para o brasileiro Italo Ferreira. O potiguar emendou vitórias nas quartas, nas semis e na final, tudo no mesmo dia, para sagrar-se campeão.
Líder do ranking mundial, Gabriel Medina caiu nas semifinais e perdeu a disputa do bronze. Hugo Calderano tornou-se o primeiro mesatenista brasileiro a chegar às quartas de final dos Jogos.
Dia 8 (de 27 para 28 de julho)
Simone Biles entrou para a história do esporte, mas não por completar uma pirueta ou conquistar uma medalha. A americana, favorita para o ouro em tudo que disputasse na ginástica, retirou-se da competição do individual geral para preservar a própria saúde mental (a primeira de uma série de desistências). A decisão acendeu o debate sobre os efeitos da pressão e da rotina exaustiva dos atletas do alto rendimento.
Hugo Calderano foi eliminado nas quartas de final do tênis de mesa.
Dia 9 (de 28 para 29 de julho)
Sem Biles, Rebeca Andrade brilhou na disputa do individual geral e conquistou a prata, primeira medalha de uma brasileira na ginástica artística. Também fez história a judoca Mayra Aguiar, ao conquistar o ouro e tornar-se a primeira atleta do país a alcançar a marca de três pódios olímpicos em um esporte individual.
Dia 10 (de 29 para 30 de julho)
Em busca de seu primeiro ouro, a seleção feminina de futebol foi eliminada bem antes disso, nas quartas de final, para o Canadá, nos pênaltis. Uma queda precoce da equipe de Pia Sundhage.
Dia 11
Luisa Stefani e Laura Pigossi sequer estavam classificadas para as Olimpíadas a uma semana da cerimônia de abertura. Foram chamadas de última hora, mas deixaram a competição com glórias: a dupla levou o tênis brasileiro à sua primeira medalha em Olimpíadas ao conquistar o bronze.
Dia 12 (de 31 de julho para 1º para)
Mais uma vez, Rebeca Andrade conquistou um feito inédito. Após a primeira medalha, a brasileira disputou a prova do salto e conseguiu o primeiro ouro de uma brasileira na ginástica em Olimpíadas. Além dela, Bruno Fratus, enfim, conseguiu a sua tão sonhada medalha dos Jogos: um bronze na prova dos 50 m livre.
Dia 13 (de 1º para 2 de agosto)
Em busca de uma terceira medalha seguida em Olimpíadas, Arthur Zanetti arriscou tudo para tentar subir ao pódio na final. Mas o medalhista de ouro em Londres-2012 e prata na Rio-2016 desta vez errou, caiu e ficou em oitavo. Rebeca Andrade voltou ao ginásio para a decisão do solo, mas cometeu falhas na série e acabou em quinto lugar.
Dia 14 (de 2 para 3 de agosto)
Após dias de competição, a disputa da categoria 49er FX da vela terminou. E com ouro para as brasileiras Martine Grael e Kahena Kunze. Com exceção das modalidades coletivas, antes do bicampeonato da dupla (campeã na Rio-2016), apenas Adhemar Ferreira da Silva havia conquistado dois ouros na sequência. A façanha do atleta no salto triplo foi alcançada em Helsinque-1952 e Melbourne-1956.
No atletismo, Alison dos Santos conquistou a primeira medalha do Brasil em provas de pista desde 1988, um bronze nos 400 m com barreiras. Já Isaquias Queiroz e Jacky Godmann ficaram em quarto na final da canoagem C2.
Dia 15 (de 3 para 4 de agosto)
Seis vezes eleita a melhor do mundo, Ana Marcela Cunha finalmente conquistou sua tão sonhada medalha olímpica na maratona aquática, e foi logo a de ouro. Por outro lado, Alison e Álvaro foram eliminados pela dupla da Letônia e o Brasil ficou pela primeira vez na história sem nenhuma equipe nas semifinais do vôlei de praia, tanto no masculino quanto no feminino.
Dia 16 (de 4 para 5 de agosto)
No último dia do skate, mais uma medalha para o Brasil, mais uma prata. Pedro Barros, um dos maiores nomes do esporte, ficou com o segundo lugar na categoria park. Se Bia Ferreira tornou-se a primeira brasileira a avançar a uma final do boxe, a seleção masculina de vôlei caiu para a Rússia na semifinal e foi à disputa do bronze.
Dia 17 (de 5 para 6 de agosto)
Com a vitória sobre a Coreia do Sul, a seleção brasileira feminina de vôlei avançou à final, assegurou ao menos uma prata e garantiu ao Brasil 20 medalhas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Assim, o país superou a marca de 19 pódios, até então o recorde, conquistado na Rio-2016.
Dia 18 (de 6 para 7 de agosto)
Pela primeira vez na história, o Brasil conseguiu três ouros em um mesmo dia. O primeiro veio com Isaquias Queiroz, que, após o quarto lugar na canoagem C2, voltou dominante para a disputa da categoria C1 e se sagrou campeão olímpico pela primeira vez. Mais tarde, Hebert Conceição nocauteou Oleksandr Khyzhniak, virando a final no boxe e tornando-se o segundo pugilista do país a subir ao lugar mais alto do pódio.
Para completar a trinca dourada, a seleção brasileira de futebol venceu a Espanha por 2 a 1 e conquistou o bicampeonato. Já o vôlei masculino perdeu a disputa pelo terceiro lugar e terminou sua jornada em Tóquio sem subir no pódio.
Dia 19 (de 7 para 8 de agosto)
O último dia de disputa rendeu ao Brasil o 12º lugar na classificação geral, o melhor do país em Olimpíadas. Foram mais duas pratas. Primeiro, a boxeadora Bia Ferreira caiu na final contra Kellie Harrington, da Irlanda. Depois, a seleção brasileira feminina de vôlei perdeu por 3 sets a 0 para os Estados Unidos na decisão do torneio.
Terminou, como sempre, com a cerimônia de encerramento e a passagem de bastão para Paris. A capital da França receberá os Jogos Olímpicos de 2024.