Recuperada de câncer, Carla Suárez volta a jogar e se despede de Roland Garros
Ela foi diagnosticada com um câncer que se origina no sistema linfático, em setembro do ano passado
A tenista espanhola Carla Suárez Navarro, 32, esteve a dois pontos da vitória, mas acabou derrotada por 2 sets a 1 (3/6, 7/6, 6/4) na primeira rodada de Roland Garros pela americana Sloane Stephens, 28, nesta terça-feira (1º).
Poderia ser apenas o resultado de um jogo disputado de estreia em que nenhuma das atletas, respectivamente números 118 e 59 do mundo, despontava como favorita ao título, mas nesse caso a partida marcou o retorno da espanhola às quadras após o tratamento de um câncer.
Ela foi diagnosticada com linfoma de Hodgkin, câncer que se origina no sistema linfático, em setembro de 2020, e anunciou seu afastamento das quadras. As sessões de quimioterapia foram finalizadas em janeiro, e em abril a atleta anunciou que o tratamento completo chegara ao fim.
“Estou curada”, escreveu nas redes sociais, aproveitando para anunciar que já havia voltado aos treinos. Naqueles dias, ela encontrou colegas do circuito antes do WTA de Madri e voltou a bater bola com elas.
“O tênis me ajudou a lidar com a doença. Provavelmente, por tudo que eu passei como atleta e mais ainda em um esporte individual, você aprende a superar os problemas sozinha. Acho que foi muito importante”, disse em entrevista ao jornal Sport.
Suárez, que planejava ter uma temporada de despedida do esporte profissional em 2020, teve que adiar os planos por conta da pandemia e posteriormente por causa do diagnóstico da doença.
“Para mim foi difícil essa parte, porque eu pensava: ‘Se eu me aposentar agora, não poderei fazer isso na quadra de tênis’. Tive que me cuidar um pouco mais por causa do coronavírus, porque minha defesa estava baixa, abaixo do normal. Mas eu estava me sentindo muito bem! Eu queria sair. Eu queria viajar, queria ir com meus amigos. Mas não podia!”, afirmou ao site da WTA.
A espanhola então colocou a volta a um Slam como uma de suas metas, o que aconteceu em grande estilo no saibro de Paris. Ex-número seis do mundo e conhecida por um elegante backhand de uma mão, ela avançou até as quartas de final de torneios do Grand Slam em sete ocasiões (duas delas em Roland Garros, em 2008 e 2014).
“Eu sempre repito para mim mesma: se você quer ir para Roland Garros, você tem que estar pronta para competir com todas que estão jogando torneios há um ano”, disse ao site Tennis.com antes da estreia. “Eu quero estar pronta. Não quero estar aqui a qualquer preço.”
A batalha de duas horas e 24 minutos diante de Stephens, vencedora do US Open em 2017, nesta terça, seguida do choro de emoção em quadra, mostram que ela de fato estava pronta.
Agora Suárez pretende disputar Wimbledon e o US Open antes de se aposentar, além de ter a expectativa de integrar o time espanhol nos Jogos Olímpicos de Tóquio.