Pedido de prisão não foi feito porque PF não localizou Robinho – Mais Brasília
FolhaPress

Pedido de prisão não foi feito porque PF não localizou Robinho

Atleta foi condenado, em última instância, sem possibilidade de recurso, em 19 de Janeiro pela Corte de Cassação

Foto: Reprodução

A Itália está à espera de que a Polícia Federal brasileira a notifique sobre localização de Robinho e de Ricardo Falco para dar prosseguimento com os trâmites judiciais relacionados à condenação de ambos a nove anos de prisão por crime de estupro de grupo ocorrido em 2013, em Milão. Uma fonte da justiça italiana disse à reportagem que “enquanto não receberem da Polícia Federal o aviso de que Robinho e Falco foram localizados, não podem prosseguir com o pedido de extradição ou com o pedido de transferência de execução de pena”.

Questionada, a assessoria de imprensa da PF não respondeu à pergunta sobre o motivo da demora ou qual o procedimento adotado pela entidade até o momento para localizar Robinho. Disse somente que “por se tratar de nacional brasileiro, não poderá ser extraditado, tendo em vista a extradição de nacionais ser vedada por nossa Constituição, e nos termos do Artigo VI do Tratado de Extradição firmado entre Brasil e Itália”. O comunicado enviado à reportagem conclui informando “que é possível à Itália solicitar a persecução penal do caso no Brasil, pelos canais de cooperação jurídica internacional e nos termos do mesmo Artigo VI do Tratado de Extradição firmado entre os dois países”.

Robinho e Falco foram condenados, em última instância, sem possibilidade de recurso, em 19 de Janeiro pela Corte de Cassação, a terceira instância da justiça italiana. 20 dias depois, em 15 de fevereiro, o Ministério Público de Milão emitiu o pedido de prisão internacional para espera de extradição. Com isso, os nomes de Robinho e de Falco foram parar na lista vermelha da Interpol.

Passados dois meses do envio ao Brasil do mandado de prisão, nenhuma comunicação foi enviada à Itália até o momento. A reportagem do UOL no Brasil apurou que o paradeiro de Robinho não é desconhecido: ele segue morando em imóveis dos quais é proprietário, em Santos e no Guarujá, no litoral de São Paulo, como durante o processo -você pode ler mais sobre a vida dele após a condenação aqui: Condenado definitivamente por estupro, Robinho muda rotina e se isola.

Interpelado, Jacopo Gnocchi, advogado da vítima, disse esperar que seja um problema de lentidão burocrática. “Espero que seja um problema ligado à lentidão da burocracia e não uma tentativa de atrasar a execução de uma sentença justa. Tenho máxima confiança nas autoridades brasileiras”, disse Gnocchi. Ele já tinha anunciado que pretende voltar ao caso, agora tentando a reabertura do processo, agora contra os outros homens que participaram do estupro, mas que não foram acusados oficialmente por terem deixado a Itália antes das investigações.

Por Janaina Cesar