Formiga desabafa após última Olimpíada: “gostaria de estar feliz agora”
Aos 43 anos, jogadora disse que encerrou nesta sexta (30/7) sua trajetória em Jogos Olímpicos como atleta profissional
Aos 43 anos, Formiga disse que encerrou nesta sexta-feira (30/7) sua trajetória em Jogos Olímpicos como atleta profissional. Titular na derrota para o Canadá por 4 a 3 nos pênaltis, resultado que eliminou a seleção brasileira de futebol feminino nas quartas de final de Tóquio 2020, ela participou de todas as edições do torneio desde que a modalidade foi incluída no programa olímpico, em 1996, e se despede sem a sonhada medalha de ouro.
“Gostaria de estar feliz nesse momento, fazendo mais de 100 jogos, última Olimpíada, querendo a classificação. Mas pênaltis e o futebol como um todo são assim, acontece. Agora é levantar a cabeça, encarar novos jogos, novos campeonatos. Foi o que disse a elas: perdemos uma batalha, mas a guerra continua. Vamos continuar trabalhando e dando sempre o nosso melhor e tenho certeza que essa nova oportunidade de ganhar uma Olimpíada vai acontecer o quanto antes”, afirmou a experiente camisa 8.
Em sete edições disputadas, Formiga conseguiu a medalha de prata em 2004 e 2008. É uma das quatro remanescentes da última campanha que rendeu pódio, no que pode representar o fim de uma geração importante do futebol feminino no Brasil. As outras são Marta, de 35 anos, e Bárbara e Érika, que estão com 33. Exceção feita a Formiga, nenhuma delas anunciou o fim do ciclo na seleção – Marta só deixou a possibilidade no ar.
Emocionada, Formiga diz confiar na sequência do projeto e na nova geração de jogadoras que tentará percorrer a estrada pavimentada por ela. “Este é um dos melhores grupos com os quais já trabalhei. Acredito muito no trabalho que está sendo feito aqui, que encantou não só a mim mas a todas nós. Tenho certeza que as meninas que estão vindo aí terão um pouco mais de tempo para aplicar e entender melhor a filosofia de trabalho da Pia, que está sendo muito importante. Não é porque fomos eliminadas agora que não houve coisas boas. Houve sim, muitas. Agora é levantar a cabeça e pensar já no próximo, porque a gente não pode perder tempo para ficar lamentando”, disse, antes de completar:
“Temos o Mundial pela frente e precisamos acelerar esse processo. É o que disse a elas: futebol é isso, alguém ganha, alguém perde, mas a gente precisa sempre pensar à frente, se cuidar, porque o trabalho vai continuar. Não faltou empenho, não faltou entrega. E tenho certeza que é daqui para melhor.”
A Copa América feminina está marcada para julho do ano que vem, em sede ainda não confirmada, e dará três vagas na Copa do Mundo de 2023, que será na Austrália e na Nova Zelândia.