Djokovic leva virada de Zverev e dá adeus ao sonho do Golden Slam
Depois de atropelar no primeiro set e abrir vantagem no segundo, o número 1 do mundo viu o rival iniciar uma reação espetacular
Novak Djokovic fazia um torneio masculino de tênis impecável até a semifinal desta sexta-feira (30/7) nas Olimpíadas de Tóquio. Venceu todas suas partidas sem perder sets e, diante do alemão Alexander Zverev, número 5 do mundo, parecia rumar para um novo triunfo inquestionável.
A história, no entanto, foi diferente. Depois de atropelar no primeiro set e abrir vantagem no segundo, o número 1 do mundo viu o rival iniciar uma reação espetacular. Nole, então, mostrou-se nervoso, errático e sucumbiu. Por 1/6, 6/3 e 6/1, um brilhante Zverev avançou à final olímpica dos Jogos de Tóquio e deu fim ao sonho de Djokovic de conquistar o Golden Slam.
O sérvio vinha de 22 vitórias consecutivas numa série que incluiu os títulos de Roland Garros e Wimbledon, além do ATP 250 de Belgrado. Ele tentava se tornar o primeiro homem da história do tênis a completar o chamado Golden Slam, feito que envolve vencer os quatro títulos do Grand Slam (Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open) e mais a medalha de ouro olímpica em simples na mesma temporada. Djokovic venceu os três primeiros slams de 2021, e tinha na medalha seu próximo objetivo.
Com o resultado desta sexta, a alemã Steffi Graf -compatriota de Sascha- continua sendo a única pessoa a fechar o Golden Slam, o que ela conseguiu em 1988. Zverev, por sua vez, vai em busca do ouro olímpico. Na final, ele vai enfrentar o russo Karen Khachanov (#25), que fez uma excelente apresentação nesta sexta-feira e derrotou o espanhol Pablo Carreño Busta por 6/3 e 6/3, sem ceder quebras de saque. Na chave de simples, resta a Djokovic encarar Carreño Busta na disputa pelo bronze.
O sérvio ainda tem chances de subir ao posto mais alto do pódio na chave de duplas mistas ao lado da compatriota Nina Stojanovic. A modalidade, contudo, não conta para o Golden Slam.
O jogo
O alemão fez um ótimo primeiro game e teve até uma chance de quebra, mas Djokovic se salvou com um ótimo saque. Parecia que Zverev equilibraria as ações, mas não demorou a ficar claro que o número 1 do mundo estava muito mais sólido do fundo de quadra. Já no quarto game, Sascha cometeu uma dupla falta e errou uma direita e um smash, facilitando a vida de Djokovic, que abriu uma quebra de vantagem. No sexto game, mais dois erros do alemão deram uma nova quebra ao sérvio, que fechou o set em 6/1.
A história do segundo set começou de forma bem parecida. Zverev voltou a começar bem a parcial e teve break point no primeiro game de serviço do número 1. Assim como aconteceu antes, Djokovic se salvou com um belo saque que o rival não conseguiu devolver. Pouco depois, o favorito teve uma chance de quebra, e um voleio errado de Zverev deu a vantagem ao sérvio. Nole parecia rumar para uma reta final de jogo tranquila, mas não foi isso que aconteceu.
Em um raro momento de inconsistência no jogo, Djokovic perdeu o saque no sexto game ao errar um voleio. Depois disso Zverev ganhou confiança, passou à frente e, no oitavo game, disparou três winners para quebrar o número 1 mais uma vez e abrir 5/3. Com ótimos saques e agressividade, o alemão fez 6/4 e forçou o terceiro set.
Nole foi ao banheiro antes da parcial decisiva – assim como fez em alguns dos jogos que esteve perdendo e ganhou de virada este ano – mas isso não impediu outro bom início de Zverev. O alemão conseguiu uma quebra logo no primeiro game após três direitas para fora do número 1. Djokovic tentou uma reação imediata, ameaçando o serviço do desafiante. Sascha, contudo, sacou bem e foi preciso nas passadas para salvar quatro break points. Depois, com um ace, confirmou e abriu 2/0.
O jogo mudou. De repente, era o sérvio que errava mais. Os gritos de comemoração passaram a ser berros de raiva, e os erros, principalmente de direita, continuavam acontecendo. Enquanto isso, Zverev seguia sacando bem e errando pouco. Com mais uma quebra de saque, o alemão fechou a partida em 6/1.