COI diz que Copa a cada 2 anos é ruim para outros esportes e para mulheres
A mudança seria prejudicial também à saúde física e mental dos jogadores envolvidos
O Comitê Olímpico Internacional (COI) se posicionou de maneira contrária aos planos da Fifa de organizar a Copa do Mundo a cada dois anos. Em uma nota publicada neste sábado (16/10), o COI afirma que mudar a frequência do principal torneio de futebol masculino prejudicaria o calendário do futebol feminino e de outros esportes. A mudança seria prejudicial também à saúde física e mental dos jogadores envolvidos.
“Federações internacionais de outros esportes, federações nacionais de futebol, clubes, jogadores, associações de jogadores e técnicos já expressaram muitas reservas e preocupações em relação aos planos de gerar mais receita para a Fifa”, escreveu o COI.
De acordo com o comitê, a Copa a cada dois anos coincidiria com torneios de outros esportes, como tênis, ciclismo, golfe, ginástica, atletismo e Fórmula 1. “Isso diminuiria a diversidade e o desenvolvimento de outros esportes que não o futebol”, argumentou a organização. A maior frequência de torneios de futebol masculinos também poderia “criar desafios” para a promoção do futebol feminino.
A Fifa anunciou que está conduzindo um estudo sobre a viabilidade de diminuir pela metade o intervalo entre uma Copa e outra. A proposta vem sendo muito criticada por clubes e federações. A UEFA e Conmebol já se disseram contrários. Os críticos temem que a menor frequência banalize o torneio. Em uma viagem a Israel na última quarta-feira, o presidente da Fifa, Gianni Infantino, voltou a defender a mudança, argumentando que outros torneios anuais, como a Liga dos Campeões e o Super Bowl, não perdem a “magia”.
Ex-jogadores como Ronaldo Fenômeno e Roberto Carlos, que fazem parte do “time de lendas” da Fifa, já se disseram favoráveis à mudança. Para o COI, no entanto, uma Copa a cada dois anos prejudicaria os jogadores, já submetidos a um calendário apertado.
“O COI compartilha sua preocupação e apoia os pedidos dos envolvidos no futebol, federações internacionais e grandes organizadores de eventos por um debate mais abrangente, incluindo representantes de atletas, o que obviamente não aconteceu”, concluiu o comitê..