Brasil chega a 19 medalhas nas Olimpíadas e alcança desempenho raro para ex-anfitrião
Dessas medalhas já garantidas, três ainda não possuem cor definida
O Brasil garantiu sua 19ª medalha em Tóquio na madrugada desta quinta-feira (5), com a prata do skatista Pedro Barros. Trata-se do mesmo número de pódios alcançados há cinco anos -o melhor desempenho olímpico do país-, quando o Rio de Janeiro foi sede dos Jogos.
Dessas medalhas já garantidas, três ainda não possuem cor definida. No boxe, Hebert Conceição e Beatriz Ferreira já conquistaram ao menos a prata, assim como a seleção masculina de futebol.
Até o momento, na classificação geral no Japão, o Brasil tem 4 ouros, 4 pratas e 8 bronzes. A marca final da Rio-2016 foi de 7 ouros, 6 pratas e 6 bronzes. É difícil, mas existem chances de o país igualar o desempenho de medalhas douradas em 2016 por estar garantido em três finais até esta quinta.
A quantidade de primeiros lugares é considerada em muitos rankings o principal indicador para classificar os países. O número geral de medalhas do Brasil também pode crescer e superar o do evento anterior, já que o país ainda pode conquistar medalhas no vôlei masculino (disputa o bronze) e no feminino (está classificado para semifinal) e na canoagem. Surpresas também podem acontecer no atletismo.
A campanha no Japão é impulsionada pela entrada de novas modalidades no programa olímpico, como o surfe e o skate -não há brasileiro nos estreantes caratê e escalada. Assim, além do ouro de Italo Ferreira no surfe, o Brasil ganhou duas pratas no skate street, com Rayssa Leal e Kelvin Hoefler, além da prata de Pedro Barros no park. Com o programa mais inchado, Tóquio irá distribuir 10,8% mais ouros do que no Rio.
Em geral, após abrigar o evento, os países caem em número de medalhas nas Olimpíadas seguintes, ainda que fiquem num patamar mais alto do que antes de receber as competições. O feito que o Brasil alcançou em Tóquio, de ao menos igualar a quantidade de medalhas dos Jogos do Rio, só tem paralelo com o que a Grã-Bretanha alcançou depois de sediar o evento. Nas Olimpíadas de 2012, quando foram anfitriões, os britânicos obtiveram 65 medalhas. Foram ainda melhores na edição seguinte, no Brasil, com 67 pódios.
Nos demais casos desde 1896, a regra é o que se passou com a China, por exemplo. Em Pequim-2008, o país obteve cem medalhas; quatro anos depois, 91. Em décadas anteriores, as quedas de rendimento dos países-sede eram ainda maiores. De qualquer forma, em volume de pódios, o Brasil quebra a escrita.
Antes do início do evento, o Comitê Olímpico Brasileiro preferiu não fazer projeção oficial sobre o desempenho de seus atletas, especialmente devido à Covid, que prejudicou a preparação dos participantes.
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MEDALHAS BRASILEIRAS NOS JOGOS DE TÓQUIO-2020
Total até agora: 19*
4 ouros
Italo Ferreira – surfe
Martine Grael e Kahena Kunze – vela
Rebeca Andrade – ginástica artística (salto)
Ana Marcela Cunha – maratona aquática
4 pratas
Kelvin Hoefler – skate street
Rayssa Leal – skate street
Pedro Barros – skate park
Rebeca Andrade – ginástica artística (individual geral)
8 bronzes
Mayra Aguiar – judô
Daniel Cargnin – judô
Thiago Braz – salto com vara
Alison dos Santos – 400 m com barreiras
Bruno Fratus – natação (50 m livre)
Fernando Scheffer – natação (200 m livre)
Laura Pigossi e Luisa Stefani – tênis
Abner Teixeira – boxe
*O Brasil já tem mais três medalhas garantidas (de ouro ou prata), já que os boxeadores Hebert Conceição e Bia Ferreira chegaram às finais de suas categorias, assim como a equipe de futebol masculino.
MEDALHAS BRASILEIRAS NOS JOGOS DO RIO-2016
Total: 19
7 de ouro
Vôlei masculino
Futebol masculino
Rafaela Silva – judô
Thiago Braz – salto com vara
Martine Grael e Kahena Kunze – vela
Alison e Bruno – vôlei de praia
Robson Conceição – boxe
6 de prata
Isaquias Queiroz – canoagem velocidade
Isaquias Queiroz e Erlon de Souza – canoagem velocidade
Ágatha e Bárbara – vôlei de praia
Arthur Zanetti – ginástica artística (argolas)
Diego Hypólito – ginástica artística (solo)
Felipe Wu – tiro esportivo
6 de bronze
Mayra Aguiar – judô
Rafael Silva – judô
Arthur Nory – ginástica artística (solo)
Poliana Okimoto – maratona aquática
Isaquias Queiroz – canoagem velocidade
Maicon Siqueira – taekwondo
Texto: Daniel Mariani, Diana Yukari e Fábio Takahashi